Os dados divulgados até o momento pelo Censo 2010 apontam que o estado de Minas Gerais segue a tendência das demais regiões do país, com envelhecimento populacional e expressivo aumento na participação dos adultos na fase produtiva (20 a 60 anos). No entanto, o estado mineiro e a RM de Belo Horizonte apresentam diferenças regionais fortes, sobretudo por conta da oposição entre centro e periferia.
Análise preliminar dos pesquisadores Jupira Mendonça, professora Associada da Escola de Arquitetura (UFMG), e André Junqueira Caetano, professor adjunto da PUC Minas – integrantes do núcleo local da rede Observatório das Metrópoles, mostra que em todas as mesorregiões de Minas Gerais se verificou o envelhecimento da população na última década, em especial da população feminina.
No entanto, as regiões mais pobres do estado apresentaram maior percentual de crianças e adolescentes no conjunto de sua população, com destaque para as mesorregiões Jequitinhonha, Norte de Minas e Vale do Mucuri. Observou-se também nessas regiões mais pobres (incluindo a mesorregião do Noroeste de Minas) a menor idade média.
Em relação à região metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), além do fenômeno do envelhecimento, houve expressivo aumento na participação dos adultos na fase produtiva (20 a 60 anos). Na RMBH também se verificou desigualdades no que diz respeito à idade média da população, sendo maior na capital do que nos demais municípios.
Crescimento e distribuição da população
Os municípios que mais cresceram em Minas Gerais são aqueles de porte médio e grande, à exceção da capital– os 29 municípios com população entre 100 mil e 1 milhão de habitantes receberam 91% de todo o incremento populacional do estado na década de 2000. Os municípios com menos de 10 mil habitantes, ao contrário, perderam população na última década.
Em termos regionais, a população continuou concentrando-se na Mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte, como pode ser observado no gráfico abaixo. A distribuição mesorregional não se alterou muito na década, destacando-se ligeiro ganho na participação do Triângulo/Alto Paranaíba e do Oeste de Minas e ligeira queda na participação das mesorregiões Vale do Rio Doce e Zona da Mata.
Belo Horizonte vem perdendo população para os municípios da sua periferia, destacando-se os municípios a norte e oeste. Considerando o território que constituía a RMBH em 1991, a capital passa de 75% da população da RM, em 1970, para 50% em 2010. Assim como na grande maioria das regiões metropolitanas brasileiras, o movimento demográfico nas décadas de 1950 a 1970 era constituído de fluxos migratórios de longa distância, vindos para as capitais e grandes cidades. A partir dos anos oitenta, à diminuição dos fluxos de longa distância corresponde o movimento do centro para as periferias.
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