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Indústria petrolífera no Rio de Janeiro

Indústria petrolífera no Rio de Janeiro

O livro Rio de Janeiro: transformações na ordem urbana apresenta a análise sobre a configuração e as mudanças nas estruturas produtivas da Metrópole do Rio a partir da década de 1980. Apesar da expansão do setor de extração do petróleo e das políticas macroeconômicas dos anos 2000, o setor industrial ainda não deslocou os setores ligados ao “circuito secundário de acumulação urbana” no que se refere à organização territorial da metrópole fluminense.

O artigo “Estrutura produtiva e divisão espacial do trabalho no Estado e na metrópole”, da profª Hipólita Siqueira, é um dos destaques do livro Rio de Janeiro: transformações na ordem urbana, lançamento do Observatório das Metrópoles que apresenta a análise mais completa sobre as mudanças urbanas ocorridas na metrópole fluminense, no período que vai de 1980 a 2010, a partir de temas como estrutura produtiva, transição demográfica, organização social do território, mobilidade urbana, moradia, saneamento básico, governança urbana, entre outros.

Organizado pelo professor titular do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR/UFRJ) e coordenador nacional do Observatório das Metrópoles Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro, Rio de Janeiro: transformações na ordem urbana é uma coletânea de 20 capítulos, assinados por 24 pesquisadores da rede fluminense do Observatório, que oferece uma abordagem crítica sobre o desenvolvimento metropolitano do Rio nas últimas três décadas.

Leia a Introdução do artigo sobre a Estrutura produtiva da metrópole fluminense.

 

Introdução

Assim como no contexto nacional, os anos 1980 foram de baixo crescimento do produto interno e emprego, tanto no Estado do Rio de Janeiro (ERJ) quanto em sua região metropolitana. Isso ocorreu por fatores diversos, dentre os quais a redução do investimento (notadamente o público) e achatamento salarial, nesse caso, com impacto mais presente no espaço metropolitano, fortemente estruturado em setores “bens-salário”. Entretanto, desde o início dos anos 1990, o ERJ vem apresentando algumas mudanças importantes em sua dinâmica econômica de modo bem distinto da década anterior, caracterizada por forte crise econômica e social.

No novo contexto macroeconômico do país, de retomada do crescimento, a partir de 2004, o ERJ alcançou a primeira posição no total de anúncios de projetos de investimentos em Unidades Federativas (UFs) brasileiras2, principalmente, em decorrência do desempenho e das perspectivas de expansão das atividades de extração e refino de petróleo e dos preparativos para a realização de megaeventos internacionais (Copa de 2014 e Jogos Olímpicos 2016, dentre outros).

Tais mudanças merecem uma análise sobre a natureza e os determinantes dessa trajetória, considerando as principais tendências quantitativas e qualitativas e as possibilidades de alteração das questões estruturais socioespaciais fluminenses.

Do ponto de vista da estrutura produtiva e da divisão espacial do trabalho, são observados alguns indicativos de diversificação setorial e de interiorização das atividades produtivas pelo território estadual e no interior da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ). Entre esses indicativos se destacam investimentos greenfields, seja de novos setores e/ou unidades produtivas em regiões até então com baixa importância para a economia estadual ou, em outros casos, regiões de maior tradição industrial no contexto regional, tal como o Sul Fluminense.

Neste capítulo, busca-se examinar as principais mudanças na estrutura produtiva (setorial e regional) e na divisão espacial do trabalho do ERJ e da RMRJ, inserindo-os no contexto das transformações mais gerais do país, desde os anos 1980. A principal hipótese a ser examinada é a de que as transformações pelas quais passam a RMRJ e o ERJ como um todo, embora positivas em termos de suas potencialidades, ainda não sinalizam no sentido de um movimento de “interiorização integradora”, capaz de alterar significativamente o histórico padrão de alta concentração econômica na RMRJ, sobretudo no Município do Rio de Janeiro (MRJ).

O capítulo está dividido em três seções. Em uma breve perspectiva histórica, na primeira seção é examinado o desempenho econômico do ERJ e os desdobramentos em sua base produtiva ao longo dos processos de industrialização e integração do mercado nacional brasileiro, entre 1930-80. A análise foi feita a partir de uma revisão sobre os estudos urbanos e regionais (cariocas e fluminenses), buscando compreender a configuração da estrutura produtiva e a organização do território.

Na segunda seção, buscou-se caracterizar os principais determinantes da dinâmica econômica fluminense entre 1980-2010 e as mudanças na inserção do ERJ na divisão inter-regional do trabalho no Brasil. Na terceira seção, a análise concentrou-se no exame das principais alterações e tendências quantitativas e qualitativas na estrutura produtiva estadual e metropolitana. Por último, são feitas algumas considerações finais.

Faça o download do livro Rio de Janeiro: transformações na ordem urbana e leia o capítulo completo.