Na madrugada da última segunda-feira (07/11), diversos movimentos populares ocuparam 10 imóveis na área central da cidade de São Paulo. De acordo com os manifestantes, ao menos 2600 pessoas participaram das ações com o objetivo de reivindicar a retomada do diálogo com o executivo municipal, a transparência em relação aos programas de Habitação de Interesse Social (HIS) e um documento assinado pelo prefeito Gilberto Kassab no qual apresenta a lista dos imóveis abandonados, dentre os 53 presentes no Centro da capital, que serão destinados aos movimentos por moradia.
O ato de ocupação representa mais uma etapa das lutas dos movimentos por moradia em São Paulo, o qual explicita a grande demanda por habitação no país, a crise de mobilidade urbana resultante da oposição centro e periferia, e a falta, muitas vezes, de diálogo e transparência entre os gestores governamentais e os movimentos populares.
Segundo um dos coordenadores da União dos Movimentos de Moradia, Sidney Antônio Euzébio Pita, os movimentos populares estão reivindicando 10 prédios do Centro de São Paulo para Habitação de Interesse Social. Além disso, exigem a entrega de habitação do Programa Renova Centro (municipal) e o início das obras da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) que, segundo os movimentos, estariam paradas em diversas regiões da capital. “A Prefeitura e o Conselho de Gestão não cumpriram um acordo feito nos mandatos passados, já que após a demolição dos Edifícios São Vito e Mercúrio os moradores que viviam ali ganhariam outra casa”, afirma.
O coordenador critica ainda a falta de transparência da gestão Gilberto Kassab a qual não dialoga com os movimentos e tampouco apresenta o cronograma de projetos na área.
Ocupação. Na segunda-feira, a primeira construção ocupada foi a da Rua Tabatinguera. Na região central, construções nos números 617, 613, 625 e 601 da Avenida São João, duas na Rua Conselheiro Nébias, na altura do número 314. Na zona leste, uma ocupação ocorreu na Rua Doutor Carlos Guimarães, no Belém, uma delas em um prédio da CDHU, próximo à Avenida Celso Garcia. Na Rua Borges de Figueiredo, na Mooca, há uma edificação tomada. A última residência ocupada está localizada na Rua Rio Branco.
Em nota enviada à imprensa, os movimentos reivindicam também 5.000 unidades habitacionais para o atendimento no Programa de Locação Social; 5.000 atendimentos no Programa Bolsa Aluguel para situações emergenciais até o atendimento definitivo; atendimento da demanda dos movimentos por moradia que atuam efetivamente na área central no empreendimento habitacional na área da SPU – Secretaria do Patrimônio da União/Pari (Feira da Madrugada).
Acesse aqui a Carta aberta dos Movimentos da Moradia.