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Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul

O Observatório das Metrópoles divulga o livro “Estruturas e Dinâmicas Socioespaciais Urbanas no Rio Grande do Sul: transformações em tempos de globalização (1991-2010)”, organizado por Álvaro Luiz Heidrich, Paulo Roberto R. Soares, Iván G. Peyré Tartaruga e Rosetta Mamarella. A publicação analisa as relações entre a diferenciação socioespacial e a divisão social do trabalho, que produziria uma divisão social do território. Segundo os organizadores, grava-se no espaço social da cidade aquilo que é coerente com as dinâmicas envolvidas.

Editado pela Editora Letra 1 com apoio da FAPERGS, o livro é o mais novo produto do Núcleo Porto Alegre do INCT Observatório das Metrópoles.

A grande maioria das pesquisas das quais resultam os artigos presentes na publicação fizeram parte do projeto “Estruturação territorial, dinâmica socioespacial e governança: efeitos e transformações nas Aglomerações Urbanas do Rio Grande do Sul – 1991/2010” (Edital PRONEM/FAPERGS 2011), apresentado pelo Observatório das Metrópoles – Núcleo Porto Alegre, o qual reuniu equipes interdisciplinares da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser (FEE).

APRESENTAÇÃO

A dinâmica contemporânea da economia em face da crescente articulação dos lugares à globalização tem implicado na absorção de novos padrões de organização da produção, trazendo consigo grandes e generalizadas transformações. As cidades, as áreas metropolitanas, as aglomerações urbanas, ao mesmo tempo em que assumem importância estratégica para esse processo, sofrem os impactos de suas mudanças, especialmente os efeitos que se verificam sobre o mercado de trabalho, com aprofundamento das desigualdades sociais, da pobreza e dos riscos de intensificação dos processos de vulnerabilidade e exclusão social.

O espaço urbano, igualmente, tem sofrido profundas alterações e, em especial, a fragmentação urbana se apresenta como por sua feição mais expressiva. Esse conjunto de problemas, ao mesmo tempo em que compele as instituições para atuarem a favor das novas formas de reprodução do capital, também reclama do Estado novas concepções de política urbana, acompanhadas de novos instrumentos de ação e de gestão municipal.

Como ganham cada vez mais forte importância econômica, as aglomerações urbanas constituem áreas que concentram riqueza e pobreza. Nelas têm-se acumulado consequências negativas tanto das transformações em andamento a nível mundial como das políticas internas de estabilização e ajuste fiscal, implementadas particularmente a partir da década de 1990.

Enquanto no aspecto socioespacial isso se traduz por fragmentação e segregação, no âmbito das estruturas produtivas tem se caracterizado pelos processos de terceirização acelerada, desindustrialização relativa, movimentos de dispersão e/ou reconcentração econômica e territorial, transferência de plantas industriais, e na alteração das estruturas ocupacionais, por sua precarização, multiplicação de formas não organizadas de emprego, elevação da participação do setor informal na ocupação e na geração de renda, no desassalariamento e no desemprego estrutural.

Os estudos desenvolvidos no conjunto desta obra pautam-se pela compreensão de uma vinculação entre a diferenciação socioespacial que decorre da crescente especialização de tarefas advindas do aumento da divisão social do trabalho. Ela gera diferenças de atributos, de recursos, de poder e de status que se constituem nas bases materiais da formação de categorias sociais, que tendem a buscar localizações específicas na cidade, produzindo-se uma divisão social do território. Quer dizer: grava-se no espaço social da cidade aquilo que é coerente com as dinâmicas envolvidas.

As questões, dinâmicas e problemas aqui introduzidos são o foco dos estudos que compõem este livro. A grande maioria das pesquisas das quais resultam os artigos fizeram parte do projeto “Estruturação territorial, dinâmica socioespacial e governança: efeitos e transformações nas Aglomerações Urbanas do Rio Grande do Sul – 1991/2010” (Edital PRONEM/FAPERGS 2011), apresentado pelo Observatório das Metrópoles – Núcleo Porto Alegre, o qual reuniu equipes interdisciplinares da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser (FEE).

No projeto, desenvolvido pelo Núcleo Porto Alegre do Observatório das Metrópoles, houve a aproximação com outros grupos de pesquisa sobre o espaço e as questões urbanas, ​​do Núcleo de Análises Urbanas (NAU), ​da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e​ ​​do​ G​rupo de Pesquisa Organização do Espaço Urbano e Regional​ ​da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).

A metodologia geral empregada no projeto fundamentou-se na adoção de uma mesma territorialidade – no caso, o território da  região metropolitana e das aglomerações urbanas do Rio Grande do Sul, permitindo evidenciar interrelações que vão da infraestrutura física às atividades econômicas, às relações sociais e políticas, as quais, ao realizarem-se sobre um mesmo território, dizem respeito a um espaço integrado, embora com as vicissitudes pertinentes à dinâmica de globalização, notadamente o recrudescimento da segregação e a sua face atual de fragmentação socioespacial.

O livro contém doze capítulos que estão divididos em quatro partes: I – Estrutura e dinâmica das aglomerações urbanas do Rio Grande do Sul, II – Mudanças socioeconômicas das aglomerações urbanas do Rio Grande do Sul, III – Desigualdades sociais, ocupação da cidade e conflitos e IV – Participação na cidade.

 

Para aquisição do livro, acessar o site da Editora Letra 1.