A concentração de maior parte das oportunidades de trabalho e das principais áreas de consumo e de prestação de serviços nas porções mais centrais dessa mancha urbana de São Paulo, em contraponto ao espraiamento periférico das áreas de moradia da grande maioria da população da metrópole, está na origem da crise metropolitana de mobilidade agravada pelas insuficiências de investimentos nos sistemas de transporte coletivo. Leia a análise completa no e-book “São Paulo: transformações na ordem urbana”.
O artigo “A crise da mobilidade urbana na Região Metropolitana de São Paulo”, do pesquisador Kazuo Nakano, faz parte das análises presentes no e-book “São Paulo: transformações na ordem urbana”. O trabalho de Nakano comenta a atual crise de mobilidade urbana na Região Metropolitana de São Paulo como parte do processo de urbanização ocorrido ao longo da segunda metade do século XX.
Essa crise é vista como algo intrínseco ao processo de urbanização que impulsionou a expansão dos vários núcleos urbanos existentes tanto no município de São Paulo quanto nos seus arredores. A expansão desses núcleos levou à conurbação e à ocupação de vastas áreas periféricas ampliando a mancha urbana que adquire dimensões metropolitanas, extrapolando limites administrativos municipais. “A análise procura delinear um breve quadro da crise da mobilidade urbana na RM de São Paulo problematizando alguns aspectos relativos à sua formação a partir do chamado padrão periférico de urbanização”, explica Nakano.
Segundo o pesquisador, o afluxo de grandes contingentes de migrantes encontraram nesse padrão as alternativas para assentar suas moradias precárias e muitas vezes improvisadas na metrópole que se expandiu em ritmo bastante acelerado. “Ou seja, sendo essa crise parte constituinte da formação estrutural dos espaços urbanos da metrópole paulistana, produzidos num quadro de periferização e rodoviarismo, exige medidas estruturais e políticas públicas fortes. Isto significa que as estratégias devem incidir na base do processo de urbanização, ou seja, nas formas de acesso, posse e propriedade das terras urbanas mobilizadas por diferentes agentes sociais, políticos e econômicos, as quais condicionam a distribuição espacial dos diversos grupos populacionais e das múltiplas atividades citadinas. Sem essas medidas e políticas, dificilmente se conseguirá alcançar distribuição espacial mais equilibrada e justa das áreas de moradias, de empregos e dos equipamentos urbanos. Para enfrentar a crise da mobilidade urbana, equilibrar a distribuição espacial de moradias e locais de trabalho é tão importante quanto investir em sistemas de transportes coletivos”, defende Nakano.
Além disso, o artigo aproveita a recente divulgação dos resultados de uma Pesquisa sobre Mobilidade realizada em 2012 e começo de 2013 pela Companhia do Metropolitano de São Paulo para traçar um breve raio x da mobilidade na Região Metropolitana de São Paulo a partir dos dados básicos de viagens realizadas pelas pessoas naquele período. A análise desses dados dá uma ideia da magnitude dos desafios apresentados pela crise de mobilidade urbana metropolitana. Trata-se de algo imenso que exige planejamento, gestão, ações, investimentos contínuos de curto, médio e longo prazo até que comecem a aparecer os primeiros resultados positivos.
Para ler a análise completa sobre a crise de mobilidade na metrópole de São Paulo, faça o download do e-book “São Paulo: transformações na ordem urbana”.
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