Em um mundo onde as mudanças climáticas já não são mais um alerta, mas uma realidade, a adaptação pode ser a chave para garantir um futuro sustentável. Na busca de identificar possibilidades, limites e desafios para integrar políticas urbanas e adaptação climática, o INCT Observatório das Metrópoles vai executar o projeto “Avaliação e Implementação de Instrumentos de Política Urbana na Perspectiva da Adaptação Climática” em 50 municípios de todas as regiões do Brasil.
A parceria foi firmada entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Ministério das Cidades (MCID), por meio da assinatura do Termo de Execução Descentralizada (TED), que ocorreu nesta segunda-feira, 02, no Gabinete da Reitoria da UFRJ, no Rio de Janeiro. Dentre os convidados, participaram da cerimônia o reitor da UFRJ, Roberto de Andrade Medronho, o Secretário Nacional de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano, Carlos Roberto Queiroz Tomé Junior e o coordenador nacional do Observatório, Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro.
“É um grande desafio a política urbana na perspectiva da adaptação climática. Mas nós temos aqui grandes pesquisadores na área das metrópoles, da política urbana. Temos institutos dedicados exatamente à política urbana e regional. Acredito que essa parceria será muito exitosa e tenderá a se aprofundar cada vez mais. É o que nós esperamos”, vislumbrou Medronho. Segundo o coordenador do projeto, Orlando Santos Junior, a motivação é a possibilidade de constituir uma rede nacional de avaliação e implementação de instrumentos de política urbana na perspectiva das mudanças climáticas, mobilizando a expertise de pesquisadores de diversas instituições de ensino superior espalhadas em todo o país, reunidos na rede do Observatório das Metrópoles, que está sediado no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR) da UFRJ.
“O projeto prevê a mobilização de 20 núcleos no Brasil inteiro, constituídos com parcerias com universidades e instituições públicas de ensino. Esses núcleos também vão ter a responsabilidade de fazer a relação com os atores da sociedade civil, porque o desenvolvimento de instrumentos de política urbana na perspectiva da adaptação climática não é apenas uma tarefa técnica, tecnocrática, também envolve a mobilização da própria sociedade no redesenho das políticas públicas”, explicou Santos Junior. O Secretário Nacional de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano, Carlos Roberto Queiroz Tomé Junior, ressaltou a importância da parceria. “Hoje é um dia muito especial e é muito importante que o Ministério das Cidades esteja preocupado com as mudanças climáticas, com os planejamentos urbanos e a política pública na ponta”, salientou.
Para o coordenador nacional do INCT Observatório das Metrópoles, Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro, essa é uma das missões da rede. “Esse projeto vai permitir a realização dessa missão em um campo extremamente importante e que é um desafio, articular uma problemática do uso e ocupação do solo, da preparação das cidades, das metrópoles, ao aquecimento global e as mudanças climáticas”, pontuou. Segundo ele, esse acordo tem um aspecto bastante interessante que é a tentativa de unir a política urbana, relacionada ao território, com a questão climática. “Esse projeto é interessante também pelo desafio de inovação. O problema urbano metropolitano não pode ser resolvido por nenhuma política setorial ou pública, sozinha”, defendeu.
De acordo com Santos Junior, é uma responsabilidade alcançar êxito nos resultados, tanto do ponto de vista da academia, como da produção de conhecimento e do governo, que tem suas responsabilidades em termos de inovar no desenho de políticas urbanas na perspectiva da adaptação climática, mas, também, do ponto de vista da sociedade. “Estamos assumindo tendo consciência da importância e do desafio desse projeto. É fundamental agradecer o acolhimento do IPPUR, a minha instituição, e da UFRJ, por acreditarem nessa iniciativa”, concluiu Santos Junior. Na ocasião, também estiveram presentes o coordenador do Núcleo Rio de Janeiro do INCT Observatório das Metrópoles, Marcelo Ribeiro, o diretor do IPPUR/UFRJ, Fabricio Leal de Oliveira e o diretor adjunto de Pós-Graduação do IPPUR, Filipe Souza Correa.