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O Fórum Popular da Agricultura Urbana e Periurbana Agroecológica de Fortaleza, realizado no Centro de Formação, Capacitação e Pesquisa Frei Humberto, no dia 26 de junho de 2024, visa consolidar um espaço permanente de discussão e articulação em prol da agricultura sustentável em Fortaleza e o fortalecimento da política municipal de agricultura urbana e periurbana, incentivando a colaboração entre agricultores, gestores públicos, acadêmicos e organizações da sociedade civil.

Durante o evento foram apresentados dados, proposições e análises sobre legislações, projetos, marcos institucionais apontando os passos necessários para assegurar sua institucionalização do fórum. Na ocasião, foi lançado o Projeto de Agricultura Urbana e Periurbana Apoiada na Agroecologia e na Economia Solidária, financiado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.

A professora Iara Gomes, coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Geografia da Alimentação (NUPEGA-UFC), vinculado ao Núcleo Fortaleza do INCT Observatório das Metrópoles, foi uma das organizadoras do Fórum, coordenando as atividades. A mesa de abertura tratou das “Experiências em agricultura urbana”, com a presença de Celso Locatel, coordenador do Programa Nacional de Agricultura Periurbana da UFRN, do ambientalista Gabriel Aguiar, vereador de Fortaleza, José Wilson de Sousa Gonçalves, representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Silvana Maria Vieira do Movimento Orquídeas, e Carlos Veneranda da Rede de Cozinhas Comunitárias do Grande Bom Jardim.

O desenvolvimento da agricultura urbana em Fortaleza foi discutido no primeiro painel por diversos atores sociais: Rafael Mota e Adriana Santiago do Instituto Nordeste Cidadania, Elizeu Sousa, coordenador do movimento Saúde Mental no Bom Jardim e Maracanaú, Marcos Esmeraldo da Universidade Federal do Ceará, Joel Cardoso da Embrapa, Rene Miranda da Rede Quintais Produtivos, Larissa Gaspar, Deputada Estadual do Ceará, Fabrício do Levante Popular da Juventude, Cristine e Thais Kubik da Teia dos Povos, Walter Medeiros do IBGE, Regina Chaves da CEPEMA, André Gomes, organizador do site Eterno Aprendiz, Eudázio Nobre do IDESC, Roberto Mendes do Clube de Compostagem, Fernanda Savicki de Almeida, pesquisadora da Fiocruz, Luís Alexandre do Nación Pachamama, Yuri de Melo e Manjari, Daniela Zuliani da Unilab. Dentre os assuntos abordados, destacam-se as políticas públicas para agricultura urbana, gestão de resíduos orgânicos, autonomia alimentar, iniciativas comunitárias como hortas e quintais urbanos, conscientização ambiental, e a crítica aos modelos econômicos predominantes. Cada participante trouxe perspectivas e propostas para fortalecer a sustentabilidade e a segurança alimentar na cidade e região.

A (in)visibilidade do agricultor urbano em Fortaleza foi tema do Painel 3. A pesquisadora e servidora da Prefeitura Municipal de Eusébio, Ana de Almeida, conduziu uma pesquisa em 69 hortas urbanas e destacou o papel dos agentes da agricultura urbana. Segundo ela, a agricultura urbana em Fortaleza é dinâmica e diversificada, mas há necessidades urgentes, como investimento e apoio governamental, redução do custo de energia, criação de mercados de comercialização e suporte às empresas locais. A pesquisadora enfatizou também que muitos agricultores que evitam contato com o poder político municipal, temendo os impostos, que parecem ser prioridade ao invés de políticas públicas de assistência.

No encerramento, foi marcada a data de 26 de julho de 2024 para o próximo encontro e definidos compromissos para os próximos passos do Fórum Municipal da Agricultura Urbana Agroecológica, consolidando um espaço permanente de discussão e articulação em prol da agricultura sustentável. Este primeiro evento foi realizado em parceria com o Nupega, o Lapur, o INCT Observatório das Metrópoles, a Rede de Cozinhas Comunitárias do Grande Bom Jardim e o Movimento Orquídeas, organizações que trabalham juntas para promover o desenvolvimento inclusivo em Fortaleza.