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De 03 a 07 de dezembro de 2024 , na Universidade Federal Fluminense – Campus da Praia Vermelha (Niterói/RJ), ocorrerá o XVIII SIMPURB – Simpósio Nacional de Geografia Urbana, com o tema “Uma Agenda de Democratização da Cidade”.

Conforme a apresentação do evento, “após 35 anos da promulgação da Constituição de 1988, apesar dos avanços alcançados até o presente, a Democratização da Cidade permanece por se concretizar. Essa é uma questão polêmica urgente, em especial, em um contexto de urbanização excludente, segregadora, desigual e inóspita comandada pelo Estado e mercado, que leva a uma perda da urbanidade e da sociabilidade, com a desconstrução da cidadania, reduzindo os cidadãos a consumidores ou clientes do mercado e do Estado”.

A submissão de trabalhos para um dos 23 Grupos de Trabalho (GTs) do evento pode ser realizada até o dia 05 de julho de 2024, através da Plataforma SISGEENCO. Integrantes do INCT Observatório das Metrópoles participam da coordenação de GTs do XVIII SIMPURB. Confira:

GT 01. Agronegócio globalizado, urbanização e reestruturação urbano-regional e das cidades

Denise Elias | UECE (Núcleo Fortaleza)
Iara Rafaela Gomes | UFC (Núcleo Fortaleza)
Mirlei Fachini Vicente Pereira | UFU
Rogério Leandro de Lima Silveira | UNISC

O Grupo de Trabalho objetiva aprofundar os debates teóricos e metodológicos sobre as relações entre cidades e regiões produtivas que se alicerçam muito fortemente nas atividades associadas ao agronegócio globalizado, calcadas no tripé reestruturação produtiva, neoliberalismo e capital financeiro. Entre os principais temas que orientam a inscrição de trabalhos neste GT, destacamos: Produção agropecuária globalizada, relações campo-cidade e reestruturação urbano-regional; Expansão do agronegócio e da urbanização: agentes, dinâmicas e repercussões nos territórios regionais; A divisão territorial do trabalho e o funcionamento da rede urbana nas regiões produtivas do agronegócio; Consumo produtivo do campo, especialização da cidade e circuitos da economia urbana; A cidade na gestão do agronegócio globalizado; A produção agropecuária em rede: os circuitos espaciais de produção de commodities; Agronegócio globalizado e urbanização corporativa; Especialização em commodities e vulnerabilidade das cidades e regiões; Desigualdades socioespaciais nas cidades do agronegócio; Agricultura, logística e circuitos de distribuição urbanos metropolitanos.

GT11. Grandes projetos urbanos, financeirização, estado e planejamento corporativo

Demian Garcia Castro | CP-II/RJ
Luís Renato Pequeno | FAUUFC (Núcleo Fortaleza)
Maria Beatriz Rufino | FAUUSP
Paulo Roberto Rodrigues Soares | UFRGS (Núcleo Porto Alegre)

Este GT tem como escopo debater a complexidade das relações entre o Estado e a constituição do “urbano” na contemporaneidade. Em tempos de globalização, financeirização e tecnificação espacial, a produção do espaço urbano oferece um importante objeto analítico: a ação do Estado, em seus diferentes aportes institucionais e local-regionais, na atual reestruturação (sócio)espacial das cidades, através dos diferentes ritmos de desenvolvimento técnico-produtivo, de políticas públicas multifocais e das resistências políticas a estas ações e processos de gentrificação. Na atual financeirização ostensiva, o Estado adequa-se continuamente às mutações da realidade político-econômica, articulando sua forma neoliberal – ainda que a estética de um mercado autorregulatório não consiga ocultar a transmissão de dividendos e benefícios ao capital – com o fortalecimento de suas ações (alicerçadas em parcerias público-privadas), que tem implicado em novos investimentos no urbano, através de grandes projetos em diversas esferas como habitação, logística produtiva e mobilidade urbana. Há também uma mudança na relação com o território, que extravasa o campo epistêmico-conceitual e atravessa a própria noção de poder, escala e identidade. Novos territórios e produtos imobiliários emergem a partir desta relação entre Estado, urbanização e capital corporativo. A intenção deste GT é congregar pesquisadores/as que ofereçam estudos de diferentes realidades de gestão urbana para pensar as ações articuladas entre o Estado e o capital corporativo, que impõem aos usos e apropriação dos territórios a necessidade constante de readequação estrutural, com políticas urbanas de planejamento estratégico e requalificação, revitalização e reordenamento das cidades. A atual urbanização, marcada por meganegócios, empreendimentos corporativos, citymarketing e estratégias público-privadas, é resultado do modelo de desenvolvimento em curso e suas matizes políticos, econômicos, sociais e espaciais. Neste campo, entre ideologias e utopias, apontar possibilidades de governança democrática e gestão participativa torna-se uma exigência para todos/as que objetivam construir criticamente novas formas de produção e apropriação do espaço urbano.

GT13. Metrópole, metropolização e dinâmica espacial contemporânea

Álvaro Ferreira |PUC-Rio
Ivan Queiroz | URCA
José Borzacchiello da Silva | UFC (Núcleo Fortaleza)
Sandra Lencioni | USP (Núcleo São Paulo)
Tadeu Alencar Arrais | UFG

Esta proposta tem como objetivo recuperar a discussão acerca da metrópole, mas também do processo de metropolização que traz nova dinâmica à produção do espaço. Vivemos um momento em que se faz necessário, inclusive, rever as perspectivas teórico-metodológicas para que sejamos capazes de compreender a dinâmica espacial contemporânea. Além disso, trata-se de refletir sobre a alteração das estruturas pré-existentes. Trata-se, aliás, de pensar a transcendência das características metropolitanas a todo o espaço. A dinâmica do processo de metropolização tem contribuído para a transformação do mercado do solo urbano, que passa por intensa valorização. Esse fato acaba por estender intensamente a área urbana, comprometendo, inclusive, o rural que se encontra, integrado cada vez mais a esse processo especulativo. É cada vez mais comum ouvirmos falar de renovação, revitalização ou reabilitação urbana, processos que quase sempre inviabilizam a permanência dos antigos moradores. Tais transformações, de cunho social e espacial, que demandam novas formas de pensar e de problematizar o planejamento e a gestão urbana e regional, sugerem, igualmente, esforços acadêmicos com o intuito de aprofundar, sistematizar e propor novas leituras da relação entre metropolização do espaço, metrópole e dinâmica espacial contemporânea. É nesse sentido que o SIMPURB se constitui um espaço privilegiado para a realização de discussão tão cara ao desenvolvimento da ciência geográfica.

GT18. Produção imobiliária, segregação socioespacial e insegurança urbana

Eliane Melara | UFF
Juçara Spinelli | UFFS
Lívia Izabel Bezerra de Miranda | UFCG (Núcleo Paraíba)
Maria José Martinelli Silva Calixto | UFGD
Paula Dieb Martins | UFPB (Núcleo Paraíba)

O contexto contemporâneo tem imposto novas lógicas de produção e apropriação do espaço que vêm ampliando e aprofundando as desigualdades socioespaciais. Desse modo, esta proposta de Grupo de Trabalho (GT) visa contemplar três dimensões atinentes a essas dinâmicas em aglomerações urbanas brasileiras: a produção imobiliária, a segregação socioespacial e a insegurança urbana. Tais dimensões podem ser investigadas de diversas formas, em que destacam-se as análises da questão fundiária, dos produtos imobiliários, da atuação e/ou coalizão de agentes produtores do espaço, da expansão urbana, das práticas socioespaciais, dentre outros aspectos que envolvem o processo de produção do espaço. A diferenciação socioespacial, que se manifesta concretamente em estratégias que abrangem desde a elaboração da legislação urbana à ocupação de áreas específicas com empreendimentos autossegregados, repercutem no cotidiano da cidade. O mercado imobiliário se beneficia com o discurso da violência, produzindo espaços residenciais fechados e murados, intensificando os processos de segregação socioespacial. A mídia e as ações policiais dão destaque à violência vivenciada nos vetores espaciais mais empobrecidos do espaço urbano, produzindo uma sensação de insegurança urbana que atinge a cidade como um todo. Sendo assim, o debate do GT ora proposto visa aprofundar as discussões relativas a essas novas dinâmicas urbanas, avançando na produção do conhecimento empírico, teórico-conceitual e metodológico.

GT23. Urbanização, turismo e lazeres

Alexandre Queiroz Pereira | UFC (Núcleo Fortaleza)
Eustógio Dantas | UFC (Núcleo Fortaleza)
Bertrand Cozic | UFPE
Sarah Lúcia Alves França | UFS (Núcleo Aracaju)

A urbanização em função dos lazeres e do turismo produz formas-conteúdos em escala regional e intraurbana. Os (eco)resorts, parques temáticos, as novas arenas esportivas e empreendimentos turístico- imobiliários são indicadores da reprodução do espaço associado a novas formas de acumulação. Eventos festivos e esportivos padronizados, práticas marítimas modernas e demais atividades de lazer urbano- metropolitano engendram ambiências e sociabilidades que atribuem novos sentidos à cidade. Mas a dimensão lúdica da vida urbana ultrapassa o vasto leque de serviços ofertado pelo segmento. Abrange o uso, através de práticas autônomas e inventivas, utopias de cidade, táticas e apropriações que circunscrevem iniciativas diversas no vasto campo do possível no devir urbano. O conjunto das atividades lúdicas dialoga com a urbanização dispersa, as centralidades, a segregação socioespacial, a espetacularização, a gentrificação, a metropolização do território, dentre outros processos. Neste sentido, convidamos a pensar os conteúdos socioespaciais desdobrados pela dimensão do lúdico (viagens, estadas e lazeres) na (re)produção do urbano.

Para saber mais, acesse: sisgeenco.com.br/eventos/simpurb/2024