Com profunda tristeza, anunciamos e lamentamos o falecimento do renomado cientista social Luiz Werneck Vianna, aos 86 anos. Werneck, importante figura intelectual no Brasil e na América Latina, deixa um legado imensurável de estudos e análises sobre a sociedade brasileira, com destaque para sua obra seminal “A Revolução Passiva”.
Nascido no Rio de Janeiro, Werneck dedicou sua vida à investigação das complexas dinâmicas sociais e políticas do país. Sua obra, marcada por rigor teórico, criatividade e perspicácia crítica, influenciou profundamente gerações de cientistas sociais, políticos e intelectuais.
“A revolução passiva: iberismo e americanismo no Brasil”, publicada em 1998, tornou-se um marco na análise da formação social brasileira. O livro, que examina a herança colonial e as relações de poder no país, propôs a tese de que a modernização brasileira se deu através de uma “revolução passiva”, onde as elites tradicionais cooptaram e controlaram as mudanças sociais, impedindo uma transformação estrutural mais profunda.
Desempenhou um papel fundamental em diversas instituições acadêmicas do Brasil durante mais de três décadas, revelando seu compromisso com o rigor acadêmico nas cátedras que lecionou no IUPERJ, UFJF, PUC-RJ e Unicamp; e especialmente durante a Presidência da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS) .
A obra de Werneck se estende por diversos outros temas, como a questão agrária, o desenvolvimento regional, o funcionamento do sistema judiciário, a democracia e a participação popular. Sua produção intelectual, vasta e consistente, contribuiu significativamente para a compreensão da realidade brasileira e para o debate de ideias no país.
Além de sua brilhante trajetória acadêmica, Werneck Vianna também se destacou por seu compromisso com a justiça social e a transformação do país. Sua atuação política e intelectual sempre esteve pautada pela defesa dos direitos dos trabalhadores, da democracia e da igualdade.
Werneck deixa um vazio imenso no campo das ciências sociais brasileiras e latino-americanas. Sua obra e seu legado continuarão a inspirar e iluminar os debates sobre o presente e o futuro do país.
O Observatório das Metrópoles presta os mais sinceros sentimentos de solidariedade à família e aos amigos.
