O ObMob Salvador aferiu as diferenças significativas de desenho, qualidade, manutenção, segurança viária, entre outros itens avaliados, das infraestruturas cicloviárias localizadas em diferentes bairros. Através da “Auditoria Cicloviária Salvador (2023)” foram avaliadas ciclovias e ciclofaixas de bairros de classe média e alta da cidade em relação àquelas localizadas em bairros populares localizados no Subúrbio e Miolo de Salvador. Da análise dos dados obtidos, ficou evidente que as desigualdades sociais existentes, entre elas as raciais, são reproduzidas pelos projetos cicloviários materializados em cada um destes locais.
Salvador, capital do estado da Bahia, encontra-se muito distante de alcançar uma mobilidade urbana sustentável, justa e segura, situação semelhante à de outras grandes cidades brasileiras. Pensar o fluxo de pessoas e mercadorias pautado em um modelo rodoviarista, centrado no automóvel particular, traz resultados nefastos para a população, entre eles a poluição atmosférica e sonora, aumento dos engarrafamentos, perda de produtividade, deterioração da saúde e qualidade de vida das pessoas, além das mortes direta ou indiretamente ligadas ao trânsito.
Entender o contexto acima e toda a sua complexidade é fundamental para a proposição de medidas efetivas a fim de reverter essa situação. Nesse sentido, é preciso compreender que uma característica muito marcante é a forma como a mobilidade ativa é relegada a segundo plano nas cidades. Em Salvador, isso se revela com a constatação de que sua infraestrutura cicloviária, além de insuficiente, precária e sem continuidade, é desigualmente distribuída pelo território da cidade.
Para trazer elementos e dados que confirmassem aquilo que era perceptível por quem usa (ou deixa de usar a infraestrutura cicloviária de Salvador), é que, em 2023, o ObMob Salvador, com o apoio do Instituto EquiCidades e da Fundação Rosa Luxemburgo realizou a Auditoria Cicloviária em Salvador.
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