O professor Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro, coordenador nacional do INCT Observatório das Metrópoles, foi um dos 16 contemplados em Edital 03/2023 – Programa Pesquisador Visitante Emérito (PVE), proposto pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). O objetivo com esta incitativa é apoiar os(as) pesquisadores(as) aposentados(as) que apresentam elevada produtividade de pesquisa e reconhecida liderança em sua área de conhecimento, proporcionando-lhes condições para continuarem suas atividades acadêmicas em instituição sediada no estado do Rio de Janeiro.
Com o projeto “As metrópoles nas mudanças estruturais da sociedade brasileira: programa de conhecimento, inovação e ação para um outro Futuro Urbano”, apresentado através do Programa de Pós-graduação de Sociologia Política da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) – onde também está estabelecida formalmente a coordenação do INCT perante a FAPERJ – Ribeiro pretende continuar colaborando no desenvolvimento do futuro programa de pesquisa, formação, extensão e difusão do INCT Observatório das Metrópoles. “Esse é um reconhecimento muito importante para mim, como coordenador e pesquisador, mas é, também, muito significativo para o Observatório”, ressalta.
Projeto deve cumprir o papel de um novo marco teórico para o Observatório
A partir de 2024, um novo ciclo de pesquisa deve ser inaugurado para o INCT Observatório das Metrópoles. ”Elaborei o projeto submetido ao edital com o objetivo de continuar as minhas pesquisas como contribuição ao novo marco teórico que fundamente o próximo programa de trabalho do Observatório”, afirma Ribeiro. O objetivo do projeto é elaborar um quadro teórico e hipóteses que sustentem uma nova agenda de pesquisa, “voltada à compreensão das mudanças estruturais que estão em curso na civilização capitalista global e seus impactos na nossa matriz espacial, ou seja, no que venho chamando de ordem urbana-regional brasileira”, pontua. Segundo ele, estas mudanças se expressam, por um lado, na desindustrialização, reprimarização, reperiferização do país e, de outro lado, na emergência de um capitalismo financeiro-digital-dependente, sob o risco de transitar para a condição neocolonial.
De acordo com Ribeiro, pensar o futuro das metrópoles neste quadro de transformações se torna incontornável do ponto de vista acadêmico e político, tendo em vista a constatação de que vivemos no Brasil uma espécie de cancelamento da discussão prospectiva que possa orientar o debate na sociedade acerca do futuro. “Estamos desafiados neste momento de bifurcação histórica a produzir conhecimentos e informações sobre a requalificação teórico-prática da questão urbana-metropolitana brasileira, em razão das múltiplas mudanças disruptivas que travessamos e, simultaneamente, a construir uma Teoria Utopística, tomando emprestado este termo do grande sociólogo Immanuel Wallerstein, que nos ajudem como sociedade a escolher um outro Futuro Urbano, diante do cenário social e ambientalmente destrutivo da urbanização financeira-digital mundial e a sua expressão na periferia”, finaliza Ribeiro.
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