Quais transformações têm ocorrido no cenário político brasileiro com o advento dos megaeventos esportivos? E o que mudou com a aprovação da Lei Geral da Copa? Durante o Seminário Nacional Megaeventos, Erick Omena apresentou uma análise das contradições envolvidas na governança brasileira no contexto dos preparativos da Copa do Mundo e das Olimpíadas. O que se tem visto, segundo ele, são repetidas práticas antidemocráticas, com a violação de direitos humanos, falta de transparência e a expulsão de populações vulneráveis em decorrência do aumento do custo de vida.
O Observatório das Metrópoles apresentou, no período de 10 a 12 de dezembro de 2013 no Rio de Janeiro, os principais resultados do projeto “Metropolização e Megaeventos: os impactos da Copa do Mundo e das Olimpíadas nas Metrópoles Brasileiras”. Reunindo pesquisadores de várias partes do país e mais convidados como Juca Kfouri, Ana Luiz Silva (Instituto Ethos), Raquel Rolnik e John Horne, o instituto buscou debater o legado efetivo que se tem construído com os megaeventos esportivos. A conclusão é que em oposição a um projeto de cidade mais igual e democrática, verifica-se um processo com pouca transparência, reduzida participação social e projetos voltados, em sua maioria, para o capital e o mercado.
MEGAEVENTOS ESPORTIVOS E GOVERNANÇA URBANA. Para garantir os lucros da Fifa, a organização da Copa do Mundo de 2014 fere “direitos já consolidados” no Brasil, segundo Erick Omena, pesquisador do Observatório das Metrópoles. Quando Omena fala em “direitos já consolidados”, ele se refere aos retrocessos nas legislações em vigor, que, de acordo com o pacote da Copa, estão sendo alterados por conta dos interesses da Fifa e de seus parceiros.
Veja o resumo da Apresentação de Érick Omena no Seminário Megaeventos aqui.
Leia também:
ARTIGO: Gestão urbana brasileira, megaeventos e a mercantilização da cidade