Professora da Escola de Arquitetura da UFMG e pesquisadora do Núcleo Belo Horizonte, Rita Velloso recebeu o Prêmio ANPARQ 2022 na categoria Livro autoral com a obra “Urbano-constelação”, lançada em 2022 pela editora Cosmópolis.
O volume reúne artigos produzidos nos últimos 15 anos no âmbito do projeto de pesquisa homônimo, que está em fase de conclusão. Os textos tratam de teoria e história urbana contemporânea, com ênfase no caso brasileiro, e foram produzidos com diferentes objetivos – de cursos de graduação e de pós-graduação a publicação em periódicos.
“Tento formular uma conexão entre arquitetura e filosofia ao olhar para a teoria urbana no Brasil, tomando como referências Walter Benjamin e Henri Lefèbvre”, diz a autora. Como ela escreve na introdução à obra, os textos se ocupam da tarefa de “trafegar do pensamento sobre criar arquitetura para o raciocínio sobre compreender os lugares nos quais é possível produzi-la e as experiências que tais lugares admitem”.
Organizado em quatro partes (Pensar por constelações, Urbano-Constelação Brasil, Constelação, Benjamin e Constelação, Lefebvre), o livro está disponível gratuitamente para download (CLIQUE AQUI).
O prêmio da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo (ANPARQ) tem por finalidade valorizar a produção científica e a inovação da área de Arquitetura e Urbanismo em diversas modalidades. A lista completa dos vencedores da edição 2022 já está disponível (CLIQUE AQUI).
Além de Rita Velloso com sua obra “Urbano-constelação”, outra produção vinculada ao Observatório das Metrópoles foi mencionada na premiação. A professora Denise Morado, também da Escola de Arquitetura da UFMG, venceu na categoria Capítulo de livro coletânea com “Precariedade e precarização da moradia em Belo Horizonte”.
O capítulo compõe a obra “Habitação e direito à cidade: desafios para as metrópoles em tempos de crise”. Lançado em 2021 pelo Observatório das Metrópoles e Letra Capital Editora, o livro contém reflexões sobre as políticas urbanas e habitacionais no Brasil e foi organizado por Adauto Cardoso (UFRJ) e Camila D’Ottaviano (USP), pesquisadores da rede.
O capítulo assinado por Morado é marcado por crítica incisiva à utilização de indicadores de qualidade de vida urbana que, segundo ela, são reducionistas e inapropriados para subsidiar políticas públicas de habitação, sobretudo as direcionadas a moradores de baixa renda. “Os critérios que regem essas políticas são estritamente institucionais ou tecnicistas, resultado do somatório de muitas variáveis, vagas e genéricas”, explica a pesquisadora. “O Estado e a academia precisam se aproximar mais dos habitantes do território para entender o que é necessário para a formulação de políticas públicas.”
*Com informações de Itamar Rigueira Jr. para UFMG.