A Revista Eletrônica de Estudos Urbanos e Regionais e-metropolis, publicação trimestral do INCT Observatório das Metrópoles, divulga a sua edição nº 44, que traz uma instigante e oportuna entrevista com Suzana e Natalia Pasternak sobre planejamento urbano e saúde.
Nesta conversa interdisciplinar, mãe e filha refletem sobre o presente e o futuro das cidades diante do contexto da Covid-19, abordando temas como a relação com espaços públicos, o sistema único de saúde e as desigualdades sociais. Suzana é urbanista e uma das coordenadoras do Núcleo São Paulo do Observatório das Metrópoles, já Natalia é microbiologista e presidente do Instituto Questão de Ciência. A entrevista foi realizada por Thais Velasco, Juciano Rodrigues e Luísa Sobral, editores da e-metropolis.
Além da entrevista, esta edição traz o artigo “Os desafios de uma Política de Mobilidade Urbana transformadora das cidades”, que trata do papel dos gestores municipais face aos desafios da política de mobilidade urbana. Escrito por Renato Boareto, o texto apresenta uma linha de base para as reflexões de dirigentes políticos, militantes de movimentos sociais e tomadores de decisão. À parte dessa linha de base, o autor se propõe a pensar os princípios estruturadores de uma agenda transformadora da realidade da mobilidade urbana.
No artigo “A dimensão política e territorial da concessão do Aeroporto Internacional Tancredo Neves”, Daniel Medeiros de Freitas e Giovana Lemos Vieira analisam, do ponto de vista da dimensão política, a implantação do Aeroporto, buscando compreender a articulação entre a política e o território, além dos aspectos ideológicos por trás desse Grande Projeto Urbano.
Já o terceiro artigo do número retoma o tema da mobilidade urbana, mas mirando nos “Impactos do transporte sobre trilhos voltado ao deslocamento de pessoas”, título do artigo de José Victor Samelo, Luciana Leirião e Simone Miraglia. Por meio de um levantamento bibliográfico, os autores enfocam os impactos desse modo de transporte nos âmbitos econômico, social e na saúde. Os resultados mostram que tais impactos estão associados ao crescimento econômico regional, à emissão de gases de efeito estufa e às externalidades relacionadas a vibrações e barulhos.
Outra questão emergente relacionada ao tema da mobilidade é abordada no artigo de Camila Martins e Maurício Polidori, intitulado “Grupos organizados de ciclistas e sua apropriação urbana a partir de parâmetros de acessibilidade no município de Rio Grande/RS”. Através de levantamento de dados em rede social e entrevistas semiestruturadas, os autores buscar identificar as atividades desses grupos e compreender como a apropriação urbana está relacionada a aspectos da acessibilidade, segurança e compatibilidade de infraestruturas com o fluxo de veículos.
Na Seção Especial desse número, intitulada “Notas sobre a mobilidade urbana em tempos de pandemia”, Filipe Marino também se dedica ao tema da mobilidade urbana com base em uma reflexão de sua relação com a crise sanitária de COVID-19, a partir de três ideias importantes: o paradoxo da imobilidade das pessoas em quarentena – medida que pressupõe o movimento de outras tantas, a disrupção da ideia do movimento que ganha corpo neste momento e, por fim, a exacerbação da desigualdade da sociedade brasileira exposta também pela mobilidade.
Esta edição conta ainda com uma resenha intitulada “Tecido urbano esgarçado: a fissura entre ricos e pobres”, na qual a autora Viviane Amorim Costa comenta a obra de Bernardo Secchi, “A cidade dos ricos e a cidade dos pobres”, publicado em 2019 pela Editora Âyiné, de Belo Horizonte, e um Ensaio Fotográfico produzido por Jobson Brunno, cujo título é “Distopia Rurbana”.
A revista e-metropolis tem por objetivo suscitar o debate e incentivar a importância da difusão e divulgação científica do campo dos estudos urbanos e regionais. As edições mantêm uma estrutura composta por duas partes. Na primeira, encontram-se os artigos estrito senso, que iniciam com um artigo de capa, seguido dos artigos submetidos ao corpo editorial da revista e aprovados por pareceristas, conforme o formato blind-review.
Já a segunda parte é composta, em geral, por entrevistas, resenhas de obras recém-lançadas (livros e filmes), seção especial – que traz a ideia de um texto mais livre e ensaístico sobre temas que tangenciem as questões urbanas – e, finalmente, ensaio fotográfico, que faz pensar sobre as questões do presente da cidade por meio de imagens fotográficas.
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