Organizado por Marcelo Gomes Ribeiro e Maria do Livramento Miranda Clementino, o livro “Economia metropolitana e desenvolvimento regional: do experimento desenvolvimentista à inflexão ultraliberal” visa compreender a estrutura econômica e o mercado de trabalho de sete regiões metropolitanas, considerando o período apontado pela economia crítica de “experimento desenvolvimentista” e início da atual crise.
Resultado da primeira fase do projeto de pesquisa “Economia Metropolitana e Desenvolvimento Regional: mudanças da base produtiva e do mercado de trabalho”, atualmente em desenvolvimento no INCT Observatório das Metrópoles, o livro analisa as regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Natal, Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, vis-à-vis sua inserção regional e nacional.
Conforme a apresentação dos organizadores da publicação:
A nova divisão socioespacial do trabalho que passou a se configurar a partir dos anos 2000 decorrente dos processos de desindustrialização, reprimarização da pauta exportadora e da desconcentração econômica-territorial, foi estimulada no período de crescimento econômico no que podemos denominar de experimento desenvolvimentista. Nesse período, com os efeitos econômicos e sociais positivos, pouca atenção foi dada àqueles processos estruturantes que estavam em curso. Porém, a partir do momento em que passa a ocorrer ruptura com o modelo de desenvolvimento econômico até então adotado e em que se instalam políticas econômicas e sociais mais ortodoxas, configurando uma inflexão ultraliberal na economia, as consequências negativas daqueles processos estruturantes tornaram-se mais visíveis. Neste sentido, observamos mudanças na articulação econômica-territorial das regiões metropolitanas vis-à-vis sua inserção regional e nacional.
A seguir, confira a organização e proposta dos capítulos da obra:
O capítulo 1, intitulado “Dinâmica econômica da região metropolitana de Belém (2006-2016): impactos do socialdesenvolvimentismo e efeitos da inflexão liberal recente”, de Raul da Silva Ventura Neto, Nayara Sales Barros, Juliano Pamplona Ximenes Ponte e Ricardo Bruno Nascimento dos Santos, apresenta a análise da economia metropolitana de Belém e de seu mercado de trabalho numa perspectiva transescalar, o que permite aos autores constatarem que há mais continuidade no processo de integração econômica-territorial do espaço analisado na dinâmica nacional desde os anos de 1970 até o período recente do que propriamente de fragmentação.
O capítulo 2, intitulado “Economia urbana e mercado de trabalho na região metropolitana de Fortaleza”, de Alexsandra Maria Vieira Muniz, José Borzacchiello da Silva, Maria Clélia Lustosa Costa, Rebeca Marota da Silva e João Marcos Tavares Cabral, aborda os processos de mudanças econômicas e do mercado de trabalho da região metropolitana de Fortaleza, tendo em vista a sua inserção regional, demonstrando que a metrópole e a região geográfica intermediária constituem-se como espaço de articulação econômica no Estado de Ceará, dada a centralidade que ocupam em relação à concentração de atividades produtivas e logísticas que são fundamentais para a economia que se desenvolve no interior do Estado.
O capítulo 3, intitulado “Inserção econômica e mercado de trabalho na região metropolitana de Natal: permanências e desafios da inflexão ultraliberal”, de Rodolfo Finatti, Juliana Bacelar de Araújo, Rebeca Marota da Silva, Richardson Leonardi Moura da Câmara e Maria do Livramento Miranda Clementino, acentua as mudanças ocorridas entre o período denominado de experimento desenvolvimentista e o período posterior dada a inflexão ultraliberal, marcado pela queda nos investimentos públicos, aumento do desemprego e da informalidade e redução do rendimento das famílias.
O capítulo 4, intitulado “Transformações recentes na dinâmica econômica e do mercado de trabalho na Região Metropolitana do Recife e desafios na inflexão ultraliberal”, de Juliana Bacelar de Araújo e Osmar Faustino de Oliveira, apresenta a reversão da trajetória econômica ocorrida durante o período do experimento desenvolvimentista a partir de um grande volume de investimentos públicos que possibilitaram retomar o crescimento da atividade industrial da região metropolitana de Recife e do Estado de Pernambuco de modo mais amplo.
O capítulo 5, intitulado “Economia e mercado de trabalho da Região Metropolitana de Belo Horizonte e sua inserção em Minas Gerais no período de 2006 a 2016”, de André Mourthé de Oliveira e Cláudia Júlia Guimarães Horta, resgata o processo de constituição histórica da industrialização brasileira, notadamente o papel ocupado pelo Estado de Minas Gerais e da região metropolitana de Belo Horizonte na produção de commodities minerais e de atividades produtivas manufatureiras de baixa e média-baixa intensidade tecnológicas.
O capítulo 6, intitulado “Estrutura econômica e mercado de trabalho regional-metropolitana do Rio de Janeiro: desafios em meio à inflexão ultraliberal”, de Marcelo Gomes Ribeiro, Vitor Vieira Fonseca Boa Nova e Wagner Munis, apresenta que o comportamento da economia fluminense e metropolitana do Rio de Janeiro acompanhou a dinâmica economia nacional, tanto na sua fase caracterizada pelo experimento desenvolvimentista, quanto na fase de inflexão ultraliberal.
O capítulo 7, intitulado “Região metropolitana de São Paulo: desempenho e inserção regional no período de 2006 a 2016”, de Cassiano José Bezerra Marques Trovão, Thiago Noronha Sugimoto e Beatriz Tamaso Mioto, trata da economia e do mercado de trabalho a partir do processo de desconcentração produtiva, da desindustrialização e da reprimarização da pauta exportadora numa comparação da região metropolitana de São Paulo, sua inserção regional-estadual e o país.
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