A conjugação da análise conceitual com a empírica procura não só identificar as diferentes perspectivas em torno dos conceitos de criatividade urbana e de cidade criativa, e das dinâmicas de conectividade entre criatividade, vitalidade e competitividade em meio urbano; mas também as condições estruturantes e metabólicas para o desenvolvimento sustentado de criatividade na cidade de hoje, quer no que concerne às suas possíveis configurações espaciais/geográficas, assim como ao que se refere aos ambientes culturais e das atividades econômicas que lhes podem estão associadas. Paralelamente, equacionam-se formas de promoção e de apoio público e privado da criatividade urbana, discutindo-se estratégias políticas e processos de governança para a sua potenciação.
Diferentes perspectivas face à própria cidade e à sua emancipação conduzem a diferentes racionais de ação sociopolítica em seu torno, e nomeadamente face aos seus fluxos de governança. Não obstante uma inerente (e salutar) diversidade de perspectivas, a importância de elementos urbano-espaciais tais como a diversidade e proximidade de diferentes tipos de atores, suas práticas transacionais, de mobilidade e de dinâmica quotidiana; a par de elementos-chave na esfera governativa local/metropolitana tais como a abertura e pró-atividade (e correspondente capacidade de mutação organizacional), bem como a disseminação de informação e de veículos de debate e de co-responsabilização, são elementos vitais para o reforço da governança da criatividade na cidade contemporânea. Governança assim reforçada, e que permitirá per si a multiplicação de agentes, de processos e de projetos criativos pelos mais diversos espaços e tempos urbanos.