Um outro lado do debate é bem representado pelo economista Sérgio Besserman. Em recente entrevista concedida à revista Veja de 21.04.10, o economista sustenta o argumento de que a remoção das favelas é uma solução que trará ganhos econômicos e sociais sobre toda a população. Para o economista, é necessário ir além do debate que chama de ideológico e com interesses escusos para se pensar a questão das remoções objetivamente. Besserman afirma que as favelas provocam uma acentuada degradação na paisagem urbana da cidade e encara a questão como uma análise de custo-benefício. Para ele, a remoção das favelas da Praia do Pinto e da Catacumba, acima citadas, foram casos emblemáticos dos aspectos positivos da remoção já que possibilitou a valorização dos imóveis da região e, consequentemente, aumentou a riqueza do bairro e da cidade. Para além do “assistencialismo barato”, no qual o Estado deveria prover tudo aos pobres do morro, o que o economista defende é a retomada do monopólio da força do Estado nas favelas, urbanizando aquelas de difícil remoção (como a Rocinha), cobrando pelos serviços oferecidos e fazendo com que as favelas deixem de ser um território à margem das leis que regem o restante da cidade.
Última atualização em Qui, 29 de Abril de 2010 12:39