Analisar os efeitos no espaço público revitalizado do Centro de Belo Horizonte, a partir da reabertura de um antigo cinema de rua, é o objetivo do artigo “O patrimônio cultural em áreas centrais revitalizadas: o caso do Cine Brasil em Belo Horizonte“.
Publicado na Revista Eletrônica do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte (REAPCBH), o artigo foi escrito por Renata de Leorne Salles, pesquisadora do Núcleo Belo Horizonte. Segundo Salles, prédios históricos desativados ou subutilizados, muitos localizados em áreas urbanas centrais, costumam entrar em cena como elementos integrantes de projetos de revitalização dessas localidades.
No caso do Cine Brasil, trata-se da recuperação de patrimônio cultural no contexto de intervenções do Programa Centro Vivo, parceria público-privada para revitalização do centro de Belo Horizonte. Em sua pesquisa de campo, a autora realizou uma observação participante, com visitas regulares ao Cine Brasil e seu entorno, além de entrevistas semiestruturadas com os atores cotidianos locais (comerciantes, trabalhadores informais, transeuntes) e o
público frequentador do equipamento cultural.
Como conclusão, Salles aponta que a frequência pontual e esporádica desses novos usuários não alterou as dinâmicas cotidianas já consolidadas na região. Sobre os atores locais, a autora constatou que estes não usufruem do novo equipamento cultural:
A memória que se pretende resgatar com a renovação do patrimônio cultural não é reconhecida nem incorporada por quem vivencia o espaço de forma habitual, cujos vínculos estabelecidos parecem ser outros.
Confira o resumo:
A preservação do patrimônio cultural no Brasil ganhou maior relevância a partir das últimas décadas do século XX, quando novas políticas públicas culturais começaram a surgir na tentativa de recuperar prédios históricos desativados ou subutilizados, atribuindo-lhes novas funções. Essas edificações, muitas vezes localizadas em áreas urbanas centrais, entram em cena como elementos integrantes de projetos de revitalização visando contribuir com a recuperação socioeconômica dessas localidades, na visão do poder público. Dessa maneira, pesquisou-se a reabertura de um antigo cinema de rua, conhecido popularmente como Cine Brasil, que funciona hoje como um equipamento cultural. A partir das representações contemporâneas, analisou-se os efeitos acarretados no espaço público revitalizado do Centro de Belo Horizonte, onde o prédio se situa. Os resultados indicam que a frequência noturna, pontual e esporádica de um público mais abastado, não alterou as dinâmicas (populares) cotidianas já consolidadas na região.
Palavras-chave: Patrimônio cultural. Áreas centrais. Revitalização.
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