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Comitê de Governança da Fifa é criticado por falta de transparência

By 07/03/2012janeiro 23rd, 2018Notícias

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Comitê de Governança da Fifa é criticado por falta de transparência

Membros recém-nomeados do Comitê Independente de Governança (CIG) da Fifa foram criticados por não serem completamente independentes da entidade. Segundo o site Play The Game, vinculado ao Instituto Dinamarquês de Estudos Esportivos (Idan), organizações como a Transparência Internacional e a Futebol Supporters Europa se recusaram a participar do CIG ao serem informadas de que Mark Pieth – presidente do Comitê – iria receber contribuição da Fifa pelo seu trabalho.

A Transparência Internacional cortou seus laços com a Fifa e com o Comitê quando soube que Mark Pieth iria receber uma comissão pelo seu trabalho pela Fifa. Na opinião da Transparência Internacional o pagamento era incompatível com uma posição independente do CIG em relação à Fifa. Outras entidades de futebol da Europa também demonstraram preocupação se o Comitê será suficientemente transparente, democrático e independente da entidade. “Nós sentimos que um Comitê de Governança só pode ser verdadeiramente independente se a sua cadeira é, pelo menos, designada ou eleita democraticamente pela própria comissão, ao invés de ser designada pelo Comitê Executivo da Fifa, o mesmo Comitê que se sujeitará ao processo de reforma a ser supervisionado pelo CIG em si”, afirmou a Futebol Suporter Europa em seu website.

O professor Roger Pielke (EUA) mostrou preocupação com a independência de alguns membros do Comitê e da falta de divulgação dos potenciais laços políticos e econômicos entre os membros do CIG e a Fifa. Em seu blog (http://leastthing.blogspot.com/2011/12/independence-scorecard-for-fifas.html), Pielke divide os membros da comissão em três grupos – não independentes, independentes e independente pendente de divulgação completa dos vínculos financeiros com a Fifa. “O Comitê está longe de ser independente. Há informações que apontam que Mark Pieth recebeu um montante e 128 mil dólares e mais de 5 mil dólares por dia para produzir um relatório inicial para a entidade – os dados foram divulgados pelo jornal suíço o Handelszeitung”, explicou em seu blog. “Esse pagamento cria, no mínimo, a aparência de um conflito de interesse. A falta de divulgação de como foi realizado o processo viola noções fundamentais de conflitos de interesses empregados nos negócios, governos e organizações não-governamentais”.

O diretor do site Play The Game, Jens Sejer Andersen, concorda que a independência do Comitê de Governança da Fifa tem um começo ruim por não revelar interesses financeiros e os valores que os membros do comitê estão recebendo pela FIFA para o seu trabalho. “Mas o que é muito mais importante são os resultados do trabalho da comissão. Devemos julgá-los sobre o resultado que deve ser baseado em uma compreensão que o passado da Fifa não pode ser separado das decisões sobre o seu futuro “, diz Andersen. Ele salienta que há uma necessidade urgente de uma investigação independente sobre as alegações de corrupção contra membros individuais do Comitê Executivo da Fifa, bem como as circunstâncias em torno da seleção da Rússia e Quatar como anfitriões para as Copas do Mundo em 2018 e 2022.”Sem uma tal investigação, haverá uma pesada nuvem de desconfiança e suspeita pendurada sobre o trabalho da comissão, porque a honestidade da Fifa estará em dúvida “, afirma Andersen.

A criação do Comitê de Governança

Em outubro de 2011, o Comitê Executivo da Fifa anunciou uma séria de reformas para melhorar a transparência. O renomado especialista em governança professor Mark Pieth foi convidado como consultor para o processo e, no final de novembro, foi nomeado presidente do Comitê Independente de Governança (CIG).

Pieth presidirá uma equipe diversificada de especialistas com formação em direito, esporte, marketing e governança, cuja responsabilidade será elaborar propostas concretas para melhorar a governança e a transparência da Fifa e produzir relatórios sobre as quatro forças-tarefas, ou seja, áreas prioritárias da entidade que irão receber reformas (Revisão de Estatuto, Comitê de Ética da FIFA, Transparência e Cumprimento de Leis e, por fim, Futebol 2014).

É importante observar que, desde o último Congresso da FIFA, a entidade máxima do futebol mundial passou a consultar órgãos externos e especialistas como a Transparência Internacional e o professor Mark Pieth sobre questões de governança.