Está disponível para download o relatório da pesquisa Cortiços na Área Central do Rio de Janeiro.
O levantamento dos cortiços na área central do Rio de Janeiro foi iniciado em 2016 por meio da Pesquisa Prata Preta, no âmbito do projeto de extensão Morar, Trabalhar e Viver no Centro. Inicialmente, a pesquisa teve como foco a área portuária, onde encontra-se em curso, desde 2009, a Operação Urbana Consorciada da Região do Porto, mais conhecida como Porto Maravilha, sendo posteriormente estendida para englobar a região central.
A pesquisa realizada pelo Observatório das Metrópoles (OM), em parceria com a Central de Movimentos Populares (CMP-RJ), apontou a existência de 155 cortiços em área central do Rio de Janeiro. Conforme estimativas existem 2.450 quartos, onde vivem mais de 2,6 mil pessoas nos bairros Santo Cristo, Gamboa, Saúde, Centro, Cinelândia, Lapa, Estácio e Rio Comprido.
Segundo Orlando Santos Junior, coordenador da pesquisa e membro do Observatório das Metrópoles, o levantamento dos cortiços foi iniciado em 2016. “A pesquisa teve como foco a área portuária que seria revitalizada e nos chamou a atenção o fato de que o diagnóstico não pensava na situação dos cortiços. Daí a importância de visibilizar esta forma de moradia na área central do Rio, pois não há regulamentação”, lembrou Santos Junior. Também foram responsáveis pela elaboração do relatório, Mariana Werneck (IPPUR/UFRJ – Observatório das Metrópoles), Bruna Ribeiro (IPPUR/UFRJ – Observatório das Metrópoles), Maira de Souza Moreira (Departamento de Direito/PUC-Rio) e Larissa Lacerda (FFLCH/USP – colaboradora Observatório das Metrópoles).
A metodologia da pesquisa partiu da informação de que existem seis cortiços tombados, ou seja, reconhecidos como patrimônio oficial público. Os demais foram identificados pela equipe por meio de informações de comerciantes e moradores e ainda transitando pelas ruas do centro. Dos 155 imóveis, 74 possuem de um a dez cômodos; 50 contam com 11 a 35 cômodos e apenas 13 têm mais de 35 cômodos. “Os cortiços são marcados pela heterogeneidade e foram identificados não pela precariedade, mas sim pela relação de aluguel de cômodos. A maioria dos proprietários disse que não faz anúncio, mas os imóveis estão sempre cheios”, ressalta Bruna Ribeiro.
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