Você sabia que as mulheres camelôs têm três vezes mais chances de ter a mercadoria apreendida enquanto trabalham do que os homens? E que apenas duas em cada cinco mulheres são titulares da licença da Prefeitura para trabalhar na rua?
Ocorreu no dia 02 de maio, no Rio de Janeiro, a Roda de Conversa das Mulheres Camelôs, organizada pelo Movimento Unido dos Camelôs (MUCA) e o Observatório das Metrópoles (IPPUR/UFRJ). O evento está inserido no âmbito da pesquisa Camelôs: Panorama das Condições de Trabalho de Homens e Mulheres no Centro do Rio – o relatório da pesquisa apresenta um diagnóstico das condições e perspectivas futuras de trabalho das(os) camelôs na área central, com enfoque de gênero, buscando identificar e documentar os principais problemas do trabalho informal.
Na ocasião foi distribuída a cartilha “Direitos dos Camelôs das Trabalhadoras e Trabalhadores Camelôs” que apresenta os direitos e outras informações importantes para os(as) camelôs do Rio de Janeiro.
A Roda de Conversa teve início com a fala de Maria de Lourdes do Carmo, conhecida como Maria dos Camelôs (MUCA), expondo as violações de direitos que os(as) camelôs sofrem diariamente, especialmente as mulheres, e a falta de diálogo do poder público municipal. Participaram também das intervenções, Eleutéria Amora (Casa da Mulher Trabalhadora – CAMTRA), Jaciara Carvalho (liderança do movimento das camelôs), Bruna Ribeiro (pesquisadora do Observatório das Metrópoles), Reimont Otoni (vereador) e Anna Cecilia Faro Bonan (advogada popular e professora universitária).
Anna Cecilia é autora da dissertação Camelôs Rebeldes: A Dimensão Sócio-Espacial do Direito em uma Cidade em Disputa defendida no Programa de Pós-Graduação em Direito Constitucional (PPGDC) da Universidade Federal Fluminense (UFF). Também no âmbito do PPGDC foi publicado o livro Direito à Cidade: regularização fundiária que contém o capítulo “O movimento dos camelôs pelo trabalho e pela cidadania” escrito por Maria de Lourdes do Carmo, liderança do MUCA.
Confira as fotos do evento: