Vila Autódromo resiste e apresenta projeto alternativo
Moradores da Vila Autódromo aprovaram, no dia 18 de dezembro de 2011, em assembleia geral realizada às margens da Lagoa de Jacarepaguá, o Plano Popular da Vila Autódromo – uma alternativa ao projeto da Prefeitura do Rio de Janeiro que prevê a remoção dessa comunidade para a realização dos Jogos Olímpicos de 2016. O plano marca uma nova fase reivindicatória, na qual os movimentos sociais cariocas começam a articular propostas a serem confrontadas com os projetos oficiais.
Para Altair Antunes, presidente da Associação de Moradores e Pescadores da Vila Autódromo (AMPAVA), a comunidade vai resistir e permanecer no local. Segundo ele, não se trata de impedir os megaeventos, mas sim de mostrar que os Jogos podem ser realizados sem a retirada da comunidade que vive ali há mais de 50 anos. “A alegação da Prefeitura é que essa área não é habitável para a gente morar, mas é habitável para quem tem dinheiro. Nós temos um projeto alternativo e queremos permanecer aqui”, enfatizou o líder comunitário.
O projeto
Construído a partir da troca de experiências entre a comunidade e dois grupos acadêmicos, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR/UFRJ), e o Núcleo de Estudos e Projetos Habitacionais e Urbanos (NEPHU/UFF), o Plano Popular da Vila Autódromo se divide em quatro programas: i) Habitacional; ii) Saneamento, iii) Infraestrutura e iv) Meio ambiente, serviços públicos, e o desenvolvimento cultural e comunitário.
Por meio de um diagnóstico realizado em grupos de trabalho envolvendo as referidas instituições, o projeto se apresenta como resolução para três eixos identificados como os principais problemas da Vila Autódromo, sendo eles: 1) Habitação e Saneamento básico; 2) Transporte, acesso a serviços públicos, lazer e cultura; e 3) Mobilização, organização popular e comunicação.
Ainda em versão preliminar, os trabalhos serão retomados no início de 2012 para finalizar e tornar público o projeto. Segundo Inalva Mendes, moradora da Vila Autódromo, não são legítimos os projetos que não envolvem a comunidade no debate de seu futuro. “Estamos fazendo esse projeto para que a nossa voz seja ouvida. Nós somos os verdadeiros sujeitos da construção da cidade e de toda a riqueza cultura que há nela”, afirmou.
A matéria completa de autoria de André Vieira (Coletivo Tatuzaroio de Comunicação e Cultura) pode ser acessada aqui.
Veja a seguir o vídeo produzido pelo Coletivo sobre a Vila Autódromo.