Ao longo do mês de setembro e outubro de 2018, ciclistas das diferentes zonas da cidade foram para as ruas avaliar as ciclovias e ciclofaixas dos seus trajetos. O Índice de Desenvolvimento Cicloviário é uma iniciativa nacional, que começou em Recife, e agora segue para outras capitais como Belo Horizonte e Brasília. Em São Paulo, o IDECiclo levantou dados importantes sobre aspectos de segurança e conectividade da rede de estruturas para bicicletas.
O projeto, elaborado pela Ciclocidade com apoio do Itaú, resultou em um relatório que explica o processo do desenvolvimento do índice em São Paulo, detalha os fatores de análise para cada tipo de estrutura e demonstra os cálculos do IDECiclo na malha paulistana. Diferente do modelo usado em Recife, que realizou a avaliação por eixos, aqui adotou-se a análise por trechos das estruturas, seccionando-as por via e por Subprefeitura, o que gerou um número de 1.145 itens avaliadas. É importante frisar que não foram inseridas ciclorrotas anteriores a 2013, por não compreenderem ligações estruturais e terem incompatibilidade de tratamento com a tipologia das vias inseridas, e que houveram estruturas identificadas em campo, mas que não constam na plataforma do sítio eletrônico da CET, e que foram categorizadas como existentes não oficializadas.
“A análise por trechos pequenos permite avaliar problemas pontuais, que muitas vezes ficam “disfarçados” numa avaliação geral. Outro aspecto importante é que o IDECiclo estabelece um indicador que pode ser utilizado para monitoramento da infraestrutura cicloviária existente, podendo servir de referência para um plano de manutenção da Rede Cicloviária e também para a implantação de novas estruturas”, explica Suzana Nogueira, Coordenadora de Conteúdo do projeto.
Esse vasto trabalho de análise permitiu a elaboração de mapas que mostram as estruturas a partir dos critérios analisados, como confinamento, largura da estrutura, iluminação, qualidade do asfalto, geometria dos cruzamentos, velocidade e etc. Ao todo, são 21 elementos de análise, que variam conforme a tipologia da estrutura cicloviária. Como parte da contribuição da Ciclocidade à sociedade civil e ao Poder Público, o Projeto Auditoria cidadã também gerou um mapa online com fotos das estruturas que mais precisam de manutenção imediata, considerando fatores que podem ser melhorados a partir da manutenção periódica da Prefeitura, como elementos de proteção, sinalização de cruzamentos, manutenção da pintura, conservação de pavimento e sinalização vertical de regulamentação. “A prefeitura anunciou o novo plano cicloviário prometendo triplicar a malha. Não podemos esquecer que fazer a manutenção nas ciclovias que já existem é muito importante e crucial para a segurança dos ciclistas. Há dinheiro em caixa para as manutenções serem feitas ainda esse ano. Temos que dar valor ao recurso público”, comenta a Diretora de Participação, Aline Cavalcante.
O mapa de manutenção ficará disponível na plataforma Painel da Mobilidade Ativa, que sistematiza de forma detalhada dados públicos sobre lesões e mortes no trânsito de São Paulo. Os ciclistas, e toda sociedade civil, poderão localizar em sua região as fotos das estruturas que precisam da atenção do poder público. “O projeto foi feito de forma coletiva, com ciclistas das diferentes regiões de São Paulo. A ideia é que a sociedade se aproprie dos resultados e olhe com mais atenção para as ciclovias da cidade. É uma forma de municiar a sociedade no debate e cobrança de políticas em prol da vida de quem vai de bicicleta”, completa Aline, que também é responsável pela incidência política da iniciativa Global Road Safety Partnership. Acesse o mapa, aqui!
O relatório do Projeto Auditoria Cidadã também será entregue ao Ministério Público como contribuição da sociedade civil para o debate sobre a segurança no trânsito, uma vez que a manutenção e a ampliação da rede cicloviária é crucial para diminuir o número de mortes nas ruas da cidade.
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Clique para baixar os mapas de avaliação.
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* Para obter os mapas com melhor resolução, escreva para contato@ciclocidade.org.