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Revista Rio Metrópole – os desafios para a região

By 22/02/2012dezembro 8th, 2017Notícias

Rio Metrópole

Revista Rio Metrópole – os desafios para a região

Quais são os desafios para a metrópole do Rio de Janeiro nos próximos anos? Uma das sedes da Copa de 2014, cidade-olímpica dos Jogos de 2016, região dos investimentos do Pré-sal com a construção do Complexo Petroquímico (Comperj), em Itaboraí e a ampliação do Porto de Itaguaí (antiga Sepetiba), entre tantas outras obras, a RM do Rio de Janeiro receberá grandes investimentos e terá como principal desafio melhorar a sua estrutura metropolitana a fim de incluir a sua população. O Governo do Estado do Rio de Janeiro divulga a versão eletrônica da “Revista Rio Metrópole”, que traça um retrato dos desafios para a gestão das 19 cidades que integram a região. O coordenador do INCT Observatório das Metrópoles, Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro, foi um dos colaboradores da revista.

Acesse a Revista Rio Metrópole aqui.

Perspectivas para uma nova metrópole

Profundas mudanças acontecem no Rio de Janeiro, em especial na região metropolitana da capital carioca, impulsionadas por uma séria de eventos importantes que serão realizados na cidade, considerada cartão-postal do Brasil. O Rio de Janeiro será sede da Copa das Confederações de 2013, da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Receberá representantes do mundo inteiro para a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável – Rio +20, já em 2012, de 4 a 6 de junho, e 6 mil atletas já participaram dos Jogos Mundiais Militares, entre 16 e 24 de julho de 2011.

Paralelamente aos grandes eventos, o Rio de Janeiro está recebendo uma enorme quantidade de investimentos públicos e privados. Grandes obras e projetos movimentam a paisagem carioca. Previsto para entrar em operação a partir de 2014, está em construção o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, município da região metropolitana. A expectativa é que a unidade transforme o perfil socioeconômico da região. Cerca de 200 mil empregos diretos, indiretos e por “efeito-renda” deverão ser gerados, tanto durante a obra como após sua entrada em operação. Com o Pré-sal, o projeto inicial do complexo foi ampliado. A Petrobras pretende aplicar R$ 83 bilhões em exploração e produção de petróleo no estado do Rio de Janeiro.

Outra grande obra próxima à capital fluminense é a ampliação do Porto de Itaguaí, que terá um aumento de 50% de sua capacidade. Inaugurado em 1982, com o nome de Sepetiba, o local já é considerado o “porto do futuro”. Com obras de dragagem, aprofundamento do canal e uma usina termelétrica, a expectativa é que ele seja o primeiro porto concentrador de cargas do Atlântico Sul, como são os de Roterdã, de Cingapura e de Hong Kong. Por conta das obras, a região de Itaguaí, conhecida como Costa Verde, tem atraído indústrias pela facilidade portuária, como a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA). A região tem recebido investimentos públicos, dos governos federal e estadual. A construção do Arco Metropolitano é um exemplo dessa parceria com a União.

Segundo Vicente Loureiro, subsecretário de Projetos de Urbanismo Regional e Metropolitano da Secretaria de Estado de Obras do Rio de Janeiro, o Arco Metropolitano é emblemático para o ordenamento do território metropolitano. Trata-se de uma rodovia de 145 quilômetros, que servirá de ligação com cinco estradas que cortam a região, indo de Itaboraí, onde há o complexo petroquímico, ao Porto de Itaguaí. A obra faz parte do PAC e sua finalização está prevista para 2012.

O Porto Maravilha é outra obra de grande expectativa. O Projeto de revitalização da área portuária do município do Rio de Janeiro pretende reurbanizar uma região que é central, atraindo a população para habitar o local. Isso diminuirá os problemas de mobilidade urbana, que afetam a capital e praticamente todas as grandes cidades do mundo. O Porto Maravilha é próximo a importantes corredores, como a Linha Vermelha, a Via Dutra e a ponte Rio-Niterói.

A indústria naval é mais um setor com investimentos previstos. Serão cerca de R$ 5 bilhões nos próximos anos na região. Atualmente, o Rio de Janeiro é líder no setor naval, com 15 estaleiros e previsão de instalação de mais cinco. A maior parte deles está localizada na região metropolitana, em especial em São Gonçalo e Niterói. A indústria naval carioca emprega em torno de 25 mil trabalhadores. Até 2020, a previsão é de crescimento, tendo como objetivos a produção de 53 sondas, 504 barcos de apoio e especiais, 84 plataformas de produção e 30 navios petroleiros.

Além de todos os investimentos citados, vale lembrar que hotéis estão sendo construídos ou revitalizados, como o tradicional Hotel Glória, às margens da baía de mesmo nome. Sem contar a reforma no estádio do Maracanã, orçada em cerca de R$ 1 bilhão e que emprega em torno de 800 trabalhadores. Estudo realizado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) mostra que cada quilômetro quadrado do Rio de Janeiro receberá mais de 4 milhões de reais em investimentos. Outro estudo, da publicação Global Metro Monitor, da London School of Economics e do Brooking Institution, destaca o Rio de Janeiro entre as dez metrópoles mais dinâmicas do mundo.

Políticas para a metrópole

A injeção de recursos concentrados na região metropolitana é enorme. Se por um lado essa nova fase é estimulante, com grandes obras e crescimento econômico, por outro, impõe uma reflexão sobre como os investimentos poderão propiciar uma cidade melhor para se viver. O cenário atual traz a necessidade de se pensar políticas que garantam a sustentabilidade e que a população seja beneficiada com as oportunidades que surgem.

Com o objetivo de pensar políticas para a região metropolitana do Rio de Janeiro foi firmado convênio entre o governo do estado e o Banco Mundial, onde serão investidos R$ 485 milhões de dólares. “Trata-se de um programa de financiamento para políticas, e não somente para projetos”, explica Loureiro. O objetivo é dar suporte para o governo elaborar estratégias de planejamento e gestão territorial, tendo em vista o crescimento da região metropolitana do Rio de Janeiro. Deverão ser formulados programas integrados, que privilegiem o desenvolvimento com inclusão social.

Com as enchentes que atingiram a região serrana do estado, durante janeiro de 2011, as cidades daquela área passaram a integrar o programa, junto com as que compõem a metrópole. De acordo com Loureiro, a ideia é que o estado passe a atuar de forma mais organizada e sistêmica. “Em contrapartida, temos que cumprir algumas tarefas institucionais e devemos nos organizar para a realização dessas políticas na região”, afirma.

Os recursos serão liberados em duas fases -, a primeira, já foi cumprida, com a organização do governo para a gestão dos recursos. O Seminário Rio Metrópole, realizado no período de 16 a 18 de maio de 2011, fez parte dessa fase. “Pela primeira vez reunimos setores dos governos estadual e locais, da academia, da sociedade, enfim, especialistas do Brasil e do exterior para discutir os rumos de gestão e as possibilidades da região metropolitana. Devemos tirar algumas versões e referências para os desafios que temos pela frente, no sentido do que fazer e qual é a melhor alternativa. Saímos desse seminário com um conjunto de informações, temos que as separar e construir um modelo, uma proposta de atuação”.

Acesse a íntegra da matéria na versão eletrônica da Revista Rio Metrópole aqui.

Sumário

Editorial – Ideias para pensar a metrópole

Desafios – Perspectivas para uma nova metrópole

Entrevista – Um legado definitivo para o Rio de Janeiro

Governança – Um modelo institucional para as regiões metropolitanas

Planejamento – Como construir cidades contemporâneas

Gestão – O século urbano

Mobilidade – A complexa logística urbana

Mobilidade – Transporte de massa e integração devem ser prioridades

Equidade de território – Planejamento espacial para evitar desigualdades

Sustentabilidade – Por uma agenda verde