Skip to main content

De autoria de H. Marcelo Rodríguez Mancilla, o trabalho La cuestión urbana en la geocultura: ciclos de importación, exportación y traducción del conocimiento sobre ciudades en América Latina, visa compreender as transformações dos diferentes momentos histórico-teóricos da questão urbana no desenvolvimento da geocultura do sistema-mundo capitalista.

Neste vídeo, Mancilla apresenta os dois construtos defendidos no trabalho: o urbanismo modernizador racializado, que permite caracterizar a gestão política do urbano na América Latina, e a geocultura urbana, que ajuda a entender as funções ideológicas do conhecimento sobre as cidades, definindo os problemas urbanos que devem ser resolvidos e legitimando as políticas urbanas funcionais para reproduzir o sistema-mundo capitalista.

Defendida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional (IPPUR) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a tese teve orientação de Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro, coordenador nacional do Observatório das Metrópoles. Segundo Ribeiro:

“No atual ciclo de expansão rentista-financeira parece não haver dúvidas para parte significativa do pensamento crítico da importância no nexo entre a cidade e as condições de reprodução do capital. Não é por acaso que assistimos a ondas de produção de ideologias urbanas, como as expressas na difusão de categorias de cidades criativas, cidades empresariais, cidades resilientes, cidades sustentáveis, cidades produtivas etc. São construtos ideacionais que atuam como bases de narrativas que buscam a legitimação e convencimento para a adoção de públicas políticas urbanas pró-mercados que buscam transformar as cidades em forças (im)produtivas do capital rentista-financeiro.

Mas, se examinarmos a história do urbanismo e do planejamento urbano com a lente braudeliana da “longa duração”, percebemos que o atual momento integra um conjunto de ciclos de ideologias que tematizaram os distintos nexos entre a cidade e as diferentes demandas no tempo e no espaço da gestão funcional da ordem econômica, social e política que sustentaram cada etapa da expansão do capitalismo como sistema histórico organizado como economia-mundo. Este é o ponto de partida orientador da renovadora reflexão sobre as teorias urbanas proposta por H. Marcelo Mancilla. Este texto retoma, leva mais adiante de maneira mais elaborada o trabalho Cidade, povo e nação: gênese do urbanismo moderno que fizemos em 1996 como resultado da pesquisa “Origens das Políticas Urbanas Modernas: Europa e América Latina, Empréstimos e Traduções”, em conjunto com Christian Topalov, então pesquisador do Centre de Sociologie Urbaine de Paris. A tese de H. Marcelo Mancilla certamente passará à condição de leitura obrigatória para todos os que se interessam como os   nexos entre a cidade e o capital vão gerando ideologias urbanas que orientam as intervenções do Estado na busca gestão dos conflitos inerentes à ordem contraditória do capitalismo”.    

Para acessar o trabalho completo, CLIQUE AQUI.

Confira o resumo da tese:

El objetivo central de esta tesis fue comprender las transformaciones de los diferentes momentos teórico-históricos de la cuestión urbana en el desarrollo de la geocultura del sistema-mundo capitalista. Para ello, adoptamos una perspectiva de análisis del capitalismo como sistema histórico por la necesidad de cuestionar la producción, circulación y adaptación de conocimientos hegemónicos sobre las ciudades en América Latina, y el predominio del nacionalismo metodológico que dificulta el debate sobre la construcción de teorías urbanas latinoamericanas. Sustentamos la tesis de que la cuestión urbana se constituyó en un problema a ser resuelto por la geocultura, lo que llevó a construir, difundir y desarrollar una ciencia específica de lo urbano para asegurar la gestión y legitimación del orden del sistema-mundo capitalista y su expansión hacia la periferia. Este proceso se desarrolló en tres momentos teórico-históricos, accionado por tres ciclos de importación/exportación/traducción del conocimiento sobre las ciudades que circularon entre el núcleo y la periferia del sistema. El primer ciclo muestra la emergencia de la cuestión urbana en la construcción del orden industrial europeo, y la necesaria incorporación del orden territorial latinoamericano al sistema-mundo a partir de la colonia y la consolidación de los Estados nacionales. El segundo ciclo examina la cuestión urbana latinoamericana en la construcción del desarrollismo. El tercer ciclo, que es el actual, analiza la cuestión urbana latinoamericana en la construcción del capitalismo con dominancia financiera. Proponemos dos constructos: El urbanismo modernizador racializado, el cual nos permite caracterizar la gestión política de lo urbano en América Latina. Y la geocultura urbana, que nos ayuda a entender las funciones de carácter ideológico del conocimiento sobre las ciudades, que define los problemas urbanos que deben ser resueltos y legitima políticas urbanas funcionales a la reproducción del sistema-mundo capitalista.