Skip to main content

Levantamento divulgado pela Fundação João Pinheiro aponta que o preço mais caro do aluguel pode explicar o aumento do déficit habitacional em cinco regiões metropolitanas brasileiras. São Paulo, por exemplo, teve aumento do déficit de 10,1%, comparando 2012 com 2011, cerca de 700 mil moradias; seguida por Rio de Janeiro (331 mil), Belo Horizonte (148 mil), Fortaleza (124 mil) e Curitiba (86 mil).

O déficit habitacional relativo do país, que dimensiona a carência em relação ao total de domicílios de uma região, passou dos 9,5% (5 milhões e 889 mil moradias em termos absolutos) registrados em 2011 para 9,1%(5 milhões e 792 mil) em2012. A informação compõe a Nota Técnica Déficit Habitacional no Brasil – anos 2011 e 2012, divulgada, no dia 27 de maio, pelo Centro de Estatística e Informações (CEI) da Fundação João Pinheiro (FJP).

Com base nos dados das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (Pnad) dos anos 2007 a 2012, divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em fevereiro de 2014, a Nota Técnica também apresenta novas estimativas para o déficit de moradias no período 2007-2012. O estudo anual completo, que tem lançamento previsto ainda para o primeiro semestre de 2014, aborda os diversos aspectos do setor habitacional no Brasil e a evolução de seus indicadores, considerando a falta ou inadequação do estoque de moradias e permitindo a comparação entre as diferentes regiões do país.

 

Déficit habitacional nas regiões metropolitanas

O comportamento do déficit habitacional nas nove regiões metropolitanas foi bastante diferenciado quando se compara 2012 com 2011. Ao todo, cinco apresentaram aumento no déficit habitacional tanto em termos absolutos quanto em termos relativos. A região metropolitana de São Paulo apresentou déficit de 700 mil moradias em 2012, seguida por Rio de Janeiro (331 mil), Belo Horizonte (148 mil), Fortaleza (124 mil) e Curitiba (86 mil). Os valores relativos dessas RMs foram 10,1%, 8%, 8,9%, 11% e 7,9% respectivamente.

A elevação pode ser atribuída ao aumento do ônus excessivo com aluguel. Na comparação com o ano anterior, este componente diminuiu apenas na região de Porto Alegre, passando de 44 mil para 42 mil em 2012.

“O ônus excessivo com aluguel é um componente prioritariamente urbano, que tem grande peso nas Regiões Metropolitanas brasileiras. Nos últimos anos, houve um boom imobiliário nessas regiões, o que influenciou o aumento do valor dos aluguéis”, explicou Raquel de Mattos Viana, pesquisadora do Centro de Estatística e Informações (CEI) da Fundação João Pinheiro (FJP).

Em compensação, o déficit habitacional total e relativo reduziu em 2012 nas regiões metropolitanas de Belém (65 mil, 10,6%), Recife (108 mil, 8,9%), Salvador (112 mil; 8,7%) e Porto Alegre (86 mil; 5,9%). A queda foi motivada, principalmente, pela redução do número de domicílios precários.

Em 2011, os valores absolutos e relativos para todas as RMs foram: 592 mil, 9% (São Paulo); 299 mil, 7,1% (Rio de Janeiro); 135 mil, 10,8% (Salvador); 115 mil, 7,2% (Belo Horizonte); 73 mil unidades, 12,6% (Belém); 111 mil, 9,4% (Recife); 108 mil, 9,9% (Fortaleza); 95 mil, 6,7% (Porto Alegre) e 68 mil, 6,4% (Curitiba).

 

Acesse a Nota Técnica no Site da Fundação João Pinheiro