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O livro “Salvador: transformações na ordem urbana” mostra que a metrópole baiana vem reforçando os padrões de segregação que se conformaram historicamente no seu território. Ao analisar as formas de provisão de moradia percebe-se três cidades distintas: a “cidade precária” onde predomina a irregularidade e precariedade habitacional; a “cidade tradicional” que se localiza no entorno do centro histórico expandido com edificações antigas; e a “cidade moderna” presente na orla atlântica onde o predomínio é do mercado imobiliário e de habitações de alto padrão.

O Capítulo 5 “Organização social do território e Formas de provisão de moradia” do livro “Salvador: transformações na ordem urbana” analisa as mudanças nas formas de produção habitacional na primeira década do século XXI e sua relação com a evolução da estrutura socioespacial de Salvador e sua região metropolitana.

De acordo com o professor Gilberto Corso Pereira, a pesquisa apresenta o processo histórico de urbanização metropolitana, os recentes processos de provisão de habitação e produção do espaço urbano em Salvador e discute estratégias locacionais dos agentes produtores de habitação da Região Metropolitana de Salvador (RMS) que tinha, em 2010, mais de três milhões e meio de habitantes, com 75% desta população concentrada na área municipal de Salvador.

“O processo de crescimento acelerado das cidades brasileiras tem produzido grandes assentamentos residenciais precários e forçou a convivência de lógicas de acesso a terra urbana e habitação não-capitalistas com a lógica da mercantilização do espaço urbano”, argumenta Pereira.

A análise termina com uma discussão sobre as tendências recentes de expansão espacial e as relações entre a produção habitacional em Salvador com a estrutura socioespacial de uma metrópole dinâmica, processo liderado atualmente pelo capital imobiliário.

Salvador do Século XXI: precária, tradicional e moderna

A Salvador do início do século XXI e uma metrópole segundo a análise, citando Carvalho e Pereira (2008), composta por três “cidades”. Na “cidade precária”, predomina a irregularidade, em termos de situação fundiária, uma produção não capitalista da moradia, assim como a precariedade em termos habitacionais, particularmente no subúrbio ferroviário. No miolo, coexistem habitações formais (conjuntos habitacionais de baixo padrão), loteamentos populares e moradias precárias autoconstruídas. A mancha de ocupação e dispersa e descontínua. Em alguns trechos da orla, as áreas precárias aparecem como ilhas, sendo caracterizadas como Zonas Especiais em termos de legislação urbanística.

Na “cidade tradicional”, há domicílios adequados de padrão médio, em edificações antigas e numa mancha ocupada compacta e continua.O processo de esvaziamento do centro tradicional persiste, mas já se pode notar um processo de transformação do espaço urbano e gentrificação de algumas áreas, acompanhado de sua valorização imobiliária.

Já a “cidade moderna” corresponde às áreas da orla, cujas edificações obedecem as disposições urbanísticas, tem um padrão arquitetônico e urbanístico mais alto do que o das demais áreas, e o acesso a moradia ocorre através do submercado superior. Na orla mais ao norte, predominam os loteamentos e condomínios horizontais fechados. A predominância de habitações horizontais e de baixa demanda territorial começa a ser afetada pela consolidação do processo de verticalização que foi acelerado no final da primeira década do século XXI. Nas áreas mais centrais, como Barra, Graça e Pituba, as habitações de alto padrão se encontram principalmente em condomínios verticais, com um processo de substituição dos imóveis com menor área construída por edifícios cada vez mais altos.

 

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Última modificação em 26-03-2015