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Estádio do Maracanã (vista aérea)

Estádio do Maracanã (vista aérea) | Crédito: Diego Baravelli/IEA

Perto de completar um ano de realização, as Olimpíadas Rio 2016 deixaram um legado questionável para o Rio de Janeiro e para os atletas olímpicos. O assunto será discutido na conferência “Um Ano Depois: O que Restou dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro”, realização do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA/USP), que acontece no dia 7 de agosto, às 9h, na Antiga Sala do Conselho Universitário da USP. Para participação presencial, é necessário fazer inscrição prévia. Também é possível acompanhar a conferência ao vivo pela web.

O evento terá exposição de Bárbara de Almeida, professora nos cursos de Educação Física e Pedagogia do Centro Universitário Internacional (Uninter); Juliano Fiori, jogador de rugby e integrante da Seleção Brasileira de Rugby na Rio 2016; e Ricardo Leyser, vice-presidente da Empresa Olímpica Municipal do Rio de Janeiro e que foi ministro interino do Esporte em 2016. A organização é de Katia Rubio, professora da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP e integrante do Programa Ano Sabático do IEA, com o projeto “A influência dos Deslocamentos Nacionais e da Migração Transnacional na Formação da Identidade de Atletas Olímpicos Brasileiros”.

Uma série de construções realizadas para a Rio 2016 não tiveram uso após as Olimpíadas. “O legado material ficou num vácuo até dois meses atrás, porque as autoridades municipais e estaduais disseram que não tinham condição de cuidar daquilo”, comenta Katia. Como explica a pesquisadora, agora o Ministério do Esporte será o responsável por estas construções, mas há apenas duas semanas – quase um ano depois do fim dos Jogos – o ex-jogador de vôlei André Felippe Falbo Ferreira, o Pampa, foi nomeado gestor das obras olímpicas.

“Pensando especificamente na cidade do Rio de Janeiro, várias obras construídas para os jogos não foram finalizadas e provavelmente não serão tão cedo. Acredito que a crise da cidade do Rio de Janeiro está relacionada diretamente aos gastos olímpicos que não foram cumpridos como deveriam”, avalia Katia.

Com o fim das Olimpíadas em agosto de 2016, grande parte do apoio aos atletas foi encerrado. Nos três anos que antecederam as Olimpíadas, houve inúmeras políticas públicas, além de ações públicas e privadas, voltadas para os atletas brasileiros. O investimento foi o maior da história: foram cerca de R$ 4 bilhões divididos entre estrutura, capacitação de profissionais, logística e programas direcionados aos atletas. O valor supera os R$ 2 bilhões investidos para Pequim 2008.

Porém, com o fim dos Jogos, o apoio aos atletas cessou: “Os patrocínios privados e estatais foram reduzidos a menos de 20% do que tínhamos antes. Uma política pública que gerou um benefício, chamado bolsa atleta, corre agora o risco de deixar de existir”, exemplifica Katia. O bolsa atleta é um programa de patrocínio individual a atletas que obtêm boas performances em competições nacionais e internacionais.

Apesar da delegação olímpica brasileira ter batido o recorde de medalhas conquistadas pelo país – com 19 medalhas, o Brasil superou a campanha de Londres 2012, na qual ganhou 17 –, Katia acredita que vai demorar muito para conseguir um desempenho como o do ano passado: “A participação brasileira nos jogos reflete um modelo de destaque imediato relacionado, exclusivamente, à condição do Brasil ser o país sede. Não houve um pensamento de política a longo prazo”.

“Os atletas vivem, talvez, um retrocesso de 20 anos nesse um ano que passou. A gente volta a um patamar de organização e de apoio ao esporte da década de 80, do começo do profissionalismo no país”, completou a pesquisadora.

Faça a inscrição para o evento aqui.

Mais informações no site da IEA/USP.

 

» Com informações da Assessoria de Imprensa do IEA/USP.