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Ocorreu no dia 06 de dezembro de 2018, no âmbito do Congresso Observatório das Metrópoles 20 Anos, a Mesa Redonda “AS METRÓPOLES E O CAPITALISMO FINANCEIRIZADO: o desafio do rentismo“. Foram convidados para compor a mesa:

  • Leda Paulani (FEA/USP);
  • Carlos Eduardo Martins (IFCS/UFRJ)
  • Luciano Fedozzi (IFCH/UFRGS)

O objetivo da mesa foi debater as seguintes questões:

  • Como compreender as conexões entre o rentismo e as formas de produção, circulação e acumulação que parecem fundar-se mais centralmente em relações de propriedade que em relações de produção?
  • Como as velhas e novas formas de capital fictício assumem o protagonismo nas transformações atuais do capitalismo?
  • Como o Brasil e a América Latina são incorporados nestas transformações?
  • Como tem se dado o domínio do capital financeiro na produção do espaço urbano brasileiro?
  • Quais as consequências da financeirização da economia na produção imobiliária e urbana nas metrópoles e cidades brasileiras?
  • Quais instrumentos e coalizões políticas vêm fortalecendo e promovendo o avanço da financeirização da terra nas cidades brasileiras?
  • Como a lógica do rentismo vem contribuindo para o aprofundamento das desigualdades socioespaciais nas metrópoles brasileiras?

Ementa:

As metrópoles brasileiras têm suas características alicerçadas no papel cumprido pela ordem urbana na sustentação do nosso padrão de desenvolvimento capitalista. Por um lado, permitiu a sustentação da industrialização acelerada baseada na existência de um vasto exército industrial de reserva e na manutenção de baixos salários pela ausência dos custos urbanos na fixação do preço da força de trabalho. Por outro, os circuitos da acumulação urbana foram alocados aos capitais mercantis deslocados pelo grande capital monopolista, cumprindo assim importante função na manutenção do bloco de poder. Este é fundamento da relação estrutural entre metropolização e capitalismo no Brasil, na medida em que a dinâmica e a morfologia da ordem urbana resultam da lógica da expansão capitalista com base em sucessivos ciclos de expansão das fronteiras, que acomodou potenciais conflitos inter-capitalistas e entre o capital e o trabalho. O golpe parlamentar de 2016 expressa uma profunda transformação no padrão do desenvolvimento capitalista brasileiro na medida em que o novo bloco de poder rentista-bancário e um projeto de reformas regulatórias orientadas pela intenção de ajustar o nosso relógio histórico com o do capitalismo global surgido a partir de 1970 no mundo. Trata-se, de um lado, de adotar instituições próprias do ultraliberalismo que visam desatrelar o Estado dos compromissos sociais oriundos da Constituição de 1988 e, de outro, de completar as etapas em curso de transformação do Brasil em plataforma de reprodução do capital rentista global.


Em razão de problemas técnicos, infelizmente não foi possível resgatar a gravação das falas de Carlos Eduardo Martins e Luciano Fedozzi – permaneceu apenas o registro da participação de ambos na parte das perguntas.

O prof. Fedozzi gentilmente disponibilizou o conteúdo da sua apresentação: clique aqui para consultar o material.

Confira abaixo o vídeo com a apresentação de Leda Paulani e as perguntas da platéia: